segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Quero, Devo, Posso



Faço, nesse momento, um convite a você que lê esse blog. Um convite à reflexão. Ao optar por viver num condomínio, seja vertical ou horizontal, você procura, entre outros fatores, uma certa segurança e um certo conforto. Respaldado pelo regimento interno, que tem força, apenas, sobre aqueles que residem no condomínio, você ainda deve contar com uma conduta ética dos seus vizinhos para encontrar a tranquilidade que procura.

Embora existam multas e penalidades aos infratores perturbadores, o que não existe em muitos casos é a aplicação da ética. A furadeira usada na hora do descanso coletivo, o som no volume máximo em horários inadequados, as altas conversas e discussões que rompem a madrugada, persistem e contam com o silêncio daqueles que mesmo raivosos preferem agonizar ao reclamar, para não se indispor com aquele que terá que encarar no dia seguinte e, talvez, pelo resto da vida.

Mas, nada disso seria preciso se houvesse ética.

Mas, o que é a ética?

Segundo o brilhante filósofo e escritor Mário Sérgio Cortella, ética é um conjunto de valores e princípios que usamos para decidir 3 grandes questões das nossas vidas: quero, devo e posso. Para descobrir se a ética está presente em uma decisão, avalie:

- Se o que quer fazer, deve ser feito.
- Se o que deve fazer, pode ser feito.
- Se o que pode fazer, você quer que seja feito.

Resumidamente: tem coisa que eu quero, mas não devo; tem coisa que eu devo, mas não posso; tem coisa que eu posso, mas não quero. Pode parecer uma tarefa difícil, encontrar mecanismos que tornem automática essa avaliação e sua aplicação, mas, certamente, tornaríamos nossos dias melhores.

Se todos usassem da ética nesses moldes, teríamos a certeza de que os limites seriam respeitados.

Todavia é importante salientar que a ética anda ao lado da moral. Ética é a concepção, o princípio e a moral é a pratica de uma ética.

Você tem em sua formação um princípio ético, por exemplo: não devo pegar o que não me pertence. Mas o meu comportamento moral é o que determina se eu roubo ou não.

O principio, ou seja, a ética se traduz numa moral. Trazendo para a nossa realidade, avalie qual é o seu princípio ético quando o assunto é o som alto invadindo a madrugada.

Provavelmente você tenha em seu princípio que isso não é correto e que fere a paz do próximo, mas e o seu comportamento moral?

A partir desse raciocínio, responda intimamente: você tem sido moral ou imoral em seus atos? A ética e a moral têm sido parceiras em sua vida? A ética não é relativa, mas a moral insiste em ser relativa. 

Embora a ética tente ser universal, a sua prática, ou seja, a moral pode contar com outra percepção e o que é simplesmente prático nem sempre é o correto.

Outro exemplo: é mais fácil ‘colar’ ao invés de estudar. É mais fácil praticar caixa 2 ao invés de trabalhar. Infelizmente, muitas coisas são mais fáceis de praticar do que respeitar o limite e aplicar a ética. É mais fácil fazer de conta que estou sozinho no mundo ao invés de respeitar o meu vizinho. Triste percepção.

Acredite que você só encontrará a paz de espírito quando aquilo que você quer é aquilo que você pode e é o que você deve.

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