terça-feira, 21 de outubro de 2014

Brasil: meus ideais, minha luta



Sou coronel reformado do Exército Brasileiro.

Falarei apenas em meu nome, como soldado e cidadão, porque não posso fazê-lo, por não ter atribuição nem competência funcional, em nome da Instituição.

Mas sei, com absoluta certeza, que os meus ideais e crenças, consolidados ao longo de quase quarenta anos de serviços prestados ao meu país, são também os mesmos que norteiam 99% dos militares do serviço ativo, da reserva e reformados. Há, com certeza, exceções que não ultrapassam 1%, ocasionadas por outras convicções e interesses pessoais.

Pela facilidade da internet, mantenho correspondência com antigos chefes que me serviram de exemplo, com companheiros de minha turma de formação e outras mais antigas e mais modernas, com subordinados que muito me ajudaram ao longo da carreira, com meus ex-alunos do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Recife e do Colégio Militar do Recife e com amigos civis, espalhados por todo o território brasileiro.

Há um ambiente de profunda indignação e até mesmo de revolta por tudo de ruim que o Partido dos Trabalhadores (PT) está fazendo ao Brasil.

A corrupção foi institucionalizada em quase todos os setores do governo federal. Ministérios, empresas públicas, sociedades de economia mista, autarquias e fundações foram aparelhados pelo PT para alimentar, com mensalões e contas secretas, a base de sustentação dos donos do poder.

Há a constante pregação, inclusive para as nossas crianças, de uma divisão de classes: dos ricos contra os pobres, dos brancos contra os negros, do Sul contra o Norte.

Há a disseminação permanente do ódio, de repetidas mentiras e ofensas contra opositores, de falsos dossiês, da perseguição política, da desconstrução de pessoas, da inversão da verdadeira História do Brasil.

Há o apoio explícito, político e material, inclusive com o repasse de vultosos recursos financeiros, aos países governados de forma ditatorial, como Cuba, Venezuela e Bolívia, para citar apenas alguns da América Latina.

Há o discurso favorável a grupos terroristas da mais alta periculosidade, tornando o nosso país, nas palavras de um alto funcionário do governo de Israel, um anão diplomático, fato que não podemos negar, pois a nossa atual política externa não representa o pensamento de milhões de brasileiros esclarecidos.

Há o aliciamento de outros Poderes da República, como o Legislativo, cuja base de apoio é alimentada pela distribuição de cargos nos trinta e nove ministérios e pelas polpudas mesadas oriundas da corrupção jamais vista na República; e o Próprio Judiciário, inclusive a nossa maior Corte de Justiça, com indicações de ministros que funcionam como delegados do partido político dominante.

Há a disseminação, particularmente nas ricas campanhas eleitorais abastecidas com dinheiro sujo, do medo entre as pessoas mais carentes, que recebem esmolas eleitoreiras que nunca as tirarão da miséria, pois ao contrário do que alardeia o governo, cada vez mais aumenta o número de beneficiados, que já atinge 55 milhões de pessoas ou mais de 25% de nossa população.

Há a total falta de segurança pública, com o absurdo número de mais de 56.000 assassinatos, a cada ano, muito maior do que os de alguns países que estão em guerra civil.

Há o vergonhoso número de mais de 40 mil mortes, por ano, em acidentes de trânsito, muitos ocasionados pelas péssimas condições de nossas estradas, na maioria sem acostamento, sem sinalização e com o pavimento em lamentável estado de conservação.

Há o caos na saúde pública, com pessoas morrendo nos corredores de hospitais superlotados e desaparelhados, e a transferência de responsabilidade para os nossos médicos que, na verdade, pelo profissionalismo e dedicação, apesar das precárias condições materiais, fazem verdadeiros milagres para cumprir o sagrado juramento de salvar vidas.

Há o desalento no sistema educacional, com escolas públicas sem condições de funcionamento e professores desmotivados e mal remunerados, situação que coloca o nosso país na retaguarda do ensino mundial e dificulta a formação de mão de obra qualificada.

Há o elevado custo Brasil, o sucateamento da infraestrutura, o desmantelamento da indústria, a queda da competitividade comercial e os malefícios à agropecuária, inclusive com o incentivo à invasão de propriedades privadas por movimentos ditos sociais, alimentados com verbas públicas.

Há a falsa propaganda de programas governamentais, como o “Mais Médicos”, com a importação de mais de 14 mil escravos cubanos, muitos deles agentes de Fidel Castro que, pela formação deficiente, poderiam desempenhar no Brasil apenas a função de técnicos em saúde pública. Tal programa buscou, na verdade, beneficiar a combalida ditadura cubana, que fica com mais de 70% dos salários de seus escravos.

Há uma herança maldita para o próximo governo, como o baixo crescimento, a alta da inflação, o déficit nas contas públicas, as obras inacabadas e superfaturadas, o represamento de tarifas como as de combustíveis e de energia elétrica, o desmonte do etanol, o rombo em contas como a do FGTS, com o governo devendo, apenas nesse exemplo, mais de 10 bilhões de reais, retirados dos trabalhadores para alimentar os subsídios do “Programa Minha Casa, Minha Vida”. E muitas dessas moradias são mal construídas e edificadas com materiais de segunda linha, com pouca ou nenhuma fiscalização por parte do poder público.

Há seguidos escândalos de alta corrupção, envolvendo pessoas de confiança dos mandatários, amigos, compadres e assessores de longa data e, até mesmo, amantes alimentadas com o dinheiro do povo brasileiro.

Há o revanchismo permanente contra as Forças Armadas, por intermédio de baixos orçamentos, programas de reaparelhamento insuficientes e soldos defasados. E, particularmente, por mentiras ditas, quase diariamente e com ampla divulgação na mídia, por componentes da chamada “Comissão Nacional da Verdade”, que querem impor a História recente do nosso país apenas pela versão dos terroristas do passado, que cometeram crimes como assaltos, sequestros, explosões de bombas, assassinatos e até mesmo o justiçamento de próprios companheiros, com o único objetivo de assaltar o poder, para roubar os cofres públicos e implantar a ditadura comunista, como estão fazendo agora, após a mudança dos métodos e a aplicação da cartilha gramscista. A própria presidente da República e candidata à reeleição, Sra. Dilma Rousseff, que pertenceu a três dos mais atuantes grupos terroristas, utilizando os codinomes de Estela, Wanda, Luiza e Patrícia, já declarou, em diversas ocasiões, que se orgulha do seu obscuro passado. Com certeza, José Dirceu e José Genoino, petistas condenados e presos por corrupção, também se orgulham.

Há o objetivo claro de propagar em nosso continente o ideário comunista, seguindo os ditames do Foro de São Paulo, organização criada em 1990 por Fidel Castro e Lula da Silva. Não somos nós que estamos dizendo isso. Quem faz declarações nesse sentido, de maneira pública e descarada, é o próprio ex-presidente Lula, e a sua sucessora Dilma Rousseff.

Os militares, por formação e convicção, abominam a mentira e a transferência de responsabilidade. A mentira é a mais grave transgressão dos regulamentos disciplinares e dos códigos de conduta da carreira militar. E há, na vida castrense, um dito que faz parte do nosso cotidiano: o comandante é o responsável por tudo que aconteça ou deixe de acontecer sob o seu Comando.

Assim, não podemos mais tolerar o fato de termos como Comandantes Supremos das Forças Armadas pessoas que não honram esse código de conduta ética, tão necessário a todos os brasileiros que desejam viver em um país mais sério, mais justo e verdadeiramente democrático.

Por tudo isso e por saber o perigo que o Partido dos Trabalhadores representa para o nosso país, é que combatemos, há bastante tempo, essa vil tentativa de implantar no Brasil o comunismo, agora travestido de socialismo bolivariano.

Eles não conseguirão tal intento, pois as nossas Forças Armadas estão silentes, mas não entorpecidas e nem encantadas com falsas lideranças.

Mas, não desejamos que o afastamento dessas pessoas do poder ocorra com uma nova quebra institucional e nem com o derramamento de sangue em uma dura guerra fratricida.

Lutamos, sempre, em todos os momentos históricos, pela manutenção da democracia e da liberdade de nossa gente. Lutamos, sempre, pelo culto aos valores e às crenças que recebemos dos nossos antepassados. Lutamos, sempre, pelos ensinamentos cristãos, que herdamos na nossa formação como Nação livre e soberana.

Por isso, desejamos que a preservação de nossa liberdade ocorra pelo resultado das urnas, com o voto livre e altaneiro de nossa gente, para a necessária alternância do poder, um dos pilares do sistema democrático.

Que o povo brasileiro, enquanto há tempo, não se omita neste importante quadro da vida nacional. Depois, talvez, seja tarde demais.

Recife, 20 de outubro de 2014.

Luiz Osório Marinho Silva - Coronel reformado do Exército

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