sexta-feira, 31 de julho de 2015

O PT não é igual aos outros partidos: é muito pior


Acho engraçada a defesa que petistas e simpatizantes fazem do PT hoje, alguns fingindo até que estão criticando a legenda. Do “nunca antes na história deste país”, eles pularam para o “sempre antes na história deste país”, tentando passar a impressão de que o PT é “apenas” como os demais, que se corrompeu, que não resistiu à tentação, que se desviou de seus propósitos. Já cansei de mostrar aqui que não é nada disso, mas como o lado de lá continua insistindo na “tese”, preciso ser repetitivo.

É o caso do jornalista Luiz Garcia, de esquerda, que em sua coluna de hoje “critica” o PT com esse argumento, aproveitando para elogiar sua trajetória. Por sua ótica, o grande pecado do PT foi se desviar de seu passado de luta pelas massas, e se tornar mais um corrupto, como os outros. Diz ele:

No episódio mais recente, ficamos sabendo que o Partido dos Trabalhadores, mais conhecido por PT, tem trabalhado com grande entusiasmo para encher os bolsos de uma turma que certamente não se identifica com as ideias e propostas com que foi criado.

Alguns eleitores indignados talvez digam que o PT finalmente mostrou que é farinha do mesmo saco. Ou seja, o partido está apenas se igualando à maioria dos outros partidos. O tal saco, pelo visto, teria farinha para todos. E seria irresistível para políticos de todos os continentes.

[...]

Quando nasceu, o PT foi visto por muita gente boa como um partido que serviria para melhorar o nosso sistema político, já que representaria a grande massa de operários, que até então não tinha quem defendesse seus interesses.

Foi o que ele fez, durante muito tempo. Hoje, é com uma mistura de tristeza e indignação que vemos algo bem diferente: ele serve, talvez até com mais entusiasmo, aos interesses pessoais de uma grande fatia de seus quadros políticos.

[...]

Podemos ter algum consolo lembrando que o saco é universal. Seja como for, sempre vale a pena buscar, em todas as eleições, candidatos que não moram nele. Não é fácil, mas, quem sabe, a gente talvez consiga encontrar, pelo menos, políticos que ainda não se tenham corrompido. E que prestem atenção a um aviso por enquanto amistoso: “Vamos ficar de olho em você.”


O PT não mudou; apenas se revelou no poder. Lamento a todos os que acreditaram nos discursos petistas no passado: foram ludibriados, foram ingênuos, deixaram o romantismo falar mais alto do que a experiência, blindaram-se contra a lógica e a razão em nome das emoções, partiram para o monopólio das virtudes. O PT nunca representou de fato as massas; ele sempre as usou em sua retórica, apenas isso. Ele enxerga as massas como algo manipulável para seus fins políticos. Era um partido de “intelectuais” que não pensavam, de estudantes que não estudavam, e de sindicalistas que não trabalhavam.

E sempre foi oportunista, “revolucionário”, disposto aos meios mais nefastos para chegar e ficar no poder. Basta ver seus camaradas, seus companheiros: ditaduras comunistas, guerrilheiros que sequestram e vendem drogas em nome da causa, terroristas que matam inocentes, mas gozam da estima dos pares porque o fazem com uma foice e um martelo estampados no peito. O PT fundou o Foro de São Paulo em 1990! Não dá para alegar ignorância. O simpatizante se deixou enganar, pois se sentia melhor, mais puro, “consciente”, ligado ao “povo”, só por defender o PT.

Seus métodos corruptos já tinham sido expostos no governo gaúcho, antes da chegada ao governo federal. Antes mesmo, no sindicalismo torpe e oportunista. Em conluio com máfias do lixo, com bicheiros. O PT não viu sua bandeira ética se esgarçar no poder; ela apenas veio à tona toda corroída pelas traças, mas já era uma bandeira falsa. Ou alguém acha que José Dirceu, que se apresentou para a mulher após quatro anos de “casamento” depois da anistia, treinado em Cuba, era um romântico sonhador que lutava pelas massas e foi corrompido no poder? Sério?

O PT nasceu torto, mas muitos preferiram ignorar em nome da utopia, do monopólio das virtudes. O PT não é “apenas” igual aos outros; ele é muito mais corrupto, justamente porque rouba em nome da causa, com a consciência tranquila do “bom revolucionário”, de quem faz tudo “pelo povo”. Por monopolizar a bandeira da ética e ser, na prática, o mais corrupto, o PT é o pior de todos. Por ser tão cínico, por flertar com ditaduras, por não respeitar as regras do jogo democrático, por demonizar os adversários de forma pérfida, o PT é o pior de todos.

O jornalista de esquerda acha que o PT mudou, e que a lição é, agora, “ficar de olho”. Provavelmente ele defende um PSOL da vida, mostrando que não aprendeu absolutamente nada. Quer uma vez mais buscar a “pureza”, ainda que num discurso hipócrita e na defesa de meios que sempre levarão a mais corrupção, por concentrar poder no estado e por fornecer aos bandidos um salvo-conduto para o crime, pois feito em nome da causa “nobre”.

Se o PT fosse “apenas” tão ruim quando os demais, o Brasil não estaria nessa situação calamitosa. Está porque é governado há tempo demais por uma quadrilha disfarçada de partido político, por uma turma que abraça ditadores assassinos, que defende bandidos abertamente, que protege terroristas, que “faz o diabo” para ficar no poder. José Dirceu é a cara do PT. Alguém realmente está disposto a sustentar que ele era um idealista que “se corrompeu”, e hoje é “somente” tão ruim quanto os demais políticos brasileiros?





Por Rodrigo Constantino

O Objetivismo de Ayn Rand e a Revolta de Atlas


A brilhante Russa Ayn Rand escapou da União Soviética e no Ocidente desenvolveu a filosofia conceitual do Objetivismo, esclarecendo magistralmente os princípios por trás do que acontece na política e na economia populista.

Explica que podemos perceber a realidade por nossos sentidos e correlacioná–la de forma não contraditória com o resto de nossos conhecimentos.

Em “The Fountainhead” (A Nascente), “Atlas Shrugged”(A Revolta de Atlas) e outros escritos, desmascara o “Relativismo” que permite afirmar qualquer coisa fora de contexto como fonte de todo erro conceitual, e justificativa para todo sanguessuga que “vampiriza” aqueles que criam e produzem.

Propõe como sistema econômico a “Livre troca de valores iguais” para substituir os sistemas relativistas intervencionistas, socialismo, comunismo e fascismo e suas variantes, todos os regimes populistas e ditatoriais. Coloca o “auto beneficiamento racional” no seu devido contexto e o “egoísmo virtuoso”como fonte do progresso, e em conseqüência, da prosperidade geral.

Os personagens principais de Atlas Shrugged, John Galt, Dagny Taggart, Francisco D’anconia e Hank Rearden, são empresários que não aceitam favores do governo, e repudiam qualquer interferência nas regras do mercado por parte de uma burocracia, aparelhada politicamente, em lugar de por meritocracia. São “homens e mulheres da mente”, que puxam o progresso e o avanço da economia. Têm sucesso por seus próprios méritos, obedecendo a seus princípios, sem negociatas nem conluios.

O problema principal da economia política não é o que somos forçados a aceitar, mas o que somos obrigados a reconhecer (como certo). Portanto, nenhum burocrata nos pode obrigar a pensar, pois depende de um ato livre da vontade; mesmo que coloque uma arma na nossa cabeça, diremos, “farei o que mandar”; porém, se não souber o que mandar fazer, nada será feito, não haverá criação de novas riquezas.

Por isso, na novela, estes homens e mulheres que sempre trabalharam pelo amor à sua obra, e que jamais mediram sacrifício para produzir, apesar das intervenções irracionais dos “burrocratas”, pela primeira vez, são convencidos a parar e entrar em greve por John Galt e Francisco D’anconia. Começam a desaparecer misteriosamente, paralisando o mundo, para desespero dos governantes socialistas, que sem vítimas para sangrar, ficam sem saber o que fazer para o sistema sobreviver.

John Galt, Doutor em Filosofia e Física – Química, desenvolve uma nova fonte de energia que os permite fixar-se numa região remota camuflada por uma redoma eletro magnética, onde se desenvolvem numa sociedade baseada nos princípios objetivístas. Até que os socialistas capitulam e lhes entregam o governo, não sem antes torturar John Galt, que fizera um pronunciamento ao mundo, mas que prefere morrer a abrir mão de seus princípios e é salvo providencialmente.

Escrita em 1957, se ajusta perfeitamente à realidade de hoje. E dá a receita para sair da crise. Estes são em geral os princípios do Liberalismo brasileiro,demonizado pelos populistas que morrem de medo que a chave das suas trapalhadas seja colocada às claras, e que, com todas as suas forças, e os fundos surrupiados e pagos aos formadores de opinião, tentam calar o óbvio. Apesar disto, já mais ninguém consegue tolerar esta tentativa de criar uma realidade aparente frente à verdade que, avassaladora, fica em evidência.




Por Fernando de la Riva

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Como será o Brasil depois de 16 de agosto


Sou de opinião que vivemos ligados no “piloto automático” a maior parte do tempo. Não é todo dia que somos compelidos a tomar grandes decisões. Algumas pessoas, na verdade, sequer as tomam em uma única ocasião por toda a sua vida. Vão vivendo simplesmente... Outras, em alguns momentos cruciais, que nem sempre se resumem a alguns instantes, podem decidir questões que mudarão o seu futuro para sempre: casamento, faculdade, profissão, terminar ou iniciar uma relação etc.

Observe ainda que muitas vezes, ao tomarmos determinada decisão sequer temos consciência do impacto que ela terá sobre nosso futuro. Já imaginou se você não tivesse se casado? Ou não tivesse escolhido aquele curso superior? Ou se tivesse abraçado outra carreira? Ou se não tivesse filhos? Ou se os tivesse? Ou se mudasse de cidade? Esse “se” imponderável e imensurável é capaz de nos enlouquecer... Se eu tivesse (ou não tivesse) tomado aquela decisão, como seria minha vida hoje? Impossível responder a tal pergunta, a não ser com hipóteses.

Isso não quer dizer que as decisões corriqueiras do dia-a-dia devem ser menosprezadas. Tomar a decisão de se levantar todos os dias e ir trabalhar ou estudar lhe dá impulso para seguir em frente. Esse é apenas um exemplo. Porém, eventualmente, grandes questões que exigem decisões acertadas às vezes se apresentam diante de nós. Porém, muitos não o percebem. E para usar uma expressão antiga do interior do meu querido Estado de Minas Gerais, deixam o cavalo arreado passar na porta, sem montá-lo.

Entretanto, em algumas ocasiões e em algumas circunstâncias, as grandes questões que exigem grandes decisões nos são apresentadas de forma absolutamente clara. Vejamos o Brasil dos dias atuais: vivemos uma crise moral sem precedentes; a economia está em frangalhos; o país está à beira do caos; nunca se lesou tanto a nossa pátria quanto na última década; nunca se matou tanto impunemente nas ruas do nosso país; nunca nossas crianças foram vítimas de tanta violência com orientação estatal. Quer mais? Complete a lista como preferir.

Fato é que o Brasil está à beira do precipício. Um escuro, cruel e profundo precipício. O caminho nos levou até aqui é bem conhecido de todos nós: brasileiros e brasileiras acreditaram nas mentiras que nos foram contadas. Elegeram um metalúrgico messiânico que somente se preocupou com o próprio enriquecimento e com seu famigerado projeto de uma pátria grande socialista/comunista/bolivariana. E depois, usando e abusando de seu carisma, transformou uma mera criatura em sua sucessora. Ela acabou de liquidar o Brasil, destruindo em poucos meses o que se levou décadas para conquistar.

E agora, pergunta você, como não cair nesse precipício? É possível saltá-lo ou contorná-lo? Respondo com convicção: sim, é possível! Em primeiro lugar tenha em mente que o Brasil só está na situação que se encontra porque nós o permitimos. Nós ficamos calados por muito tempo; fomos coniventes por omissão. Temos que reconhecer a nossa parcela de culpa e responsabilidade. Depois de reconhecê-la poderemos juntos e unidos, corrigi-la. O primeiro passo é ocupar as ruas no próximo dia 16/08/2015.

Argumente da forma que quiser, mas, se em 16/08/2015 milhões de pessoas ocuparem as ruas de todas as cidades do Brasil, quer sejam capitais, metrópoles, cidades médias, pequenas ou interioranas, as coisas no Brasil começarão a mudar para melhor. Precisamos provar ao mundo que os brasileiros de verdade não aceitam a situação em que nos encontramos.

Precisamos mostrar ao mundo, e a nós mesmos, que somos um povo sério, que apesar de ainda pacífico, não aceita ou compactua com a corrupção ou a falcatrua. Precisamos mostrar a todos que os brasileiros têm capacidade de limpar a casa, recomeçar sobre as ruínas petistas, trabalhar para o nosso progresso e conquistar o lugar de respeito que merecemos na comunidade de nações.

Para isso, vá para a rua no próximo dia 16/08. Leve a Bandeira do Brasil. Pinte seu rosto de verde e amarelo. Escreva seu cartaz. Exija mudanças. E não se dê por satisfeito enquanto elas não acontecerem.

E para reforçar a tese proposta, convido o amigo leitor a examinar a história: os franceses que tomaram a Bastilha naquele longínquo 14/07/1789 jamais imaginariam estar escrevendo uma das mais pungentes páginas da história da humanidade.

Afirmo-lhe novamente sem medo de errar: nós estamos diante de uma encruzilhada. E devemos decidir qual caminho tomar. Um deles pode nos levar ao Brasil rico e próspero, um país de proporções continentais, que valoriza seus filhos e lhes dá condições de trabalharem, serem produtivos, felizes e ordeiros. O outro caminho é a continuação da estrada atual. Todos sabem aonde vai dar: no abismo da incompetência e do caos. Estamos a poucos metros de cair em tal precipício.

Eu, pessoalmente, escolho o caminho do Brasil sério, próspero e progressista. E para isso irei ocupar as ruas da minha cidade em 16 de agosto. E levarei minha família comigo. E conclamo os brasileiros a fazerem o mesmo. Precisamos criar uma onda verde e amarela que ressoe nos quatro cantos do planeta. Precisamos balançar as estruturas do poder.

Precisamos incutir o terror das conseqüências de seus atos nos corações e mentes dos corruptos e corruptores. Precisamos extirpar essa máfia que se instalou no Brasil. Mas, para que isso ocorra você, amigo leitor, deve desligar o piloto automático e tomar uma simples, porém magnífica decisão: ocupar as ruas da sua cidade no próximo dia 16/08. E convencer muitas outras pessoas a fazerem o mesmo.

O Brasil precisa da nossa união. Precisa do nosso grito. Precisa da nossa força. Precisa da nossa presença. Uma simples decisão que poderá mudar para sempre o nosso destino. Não espere mais: faça valer a sua voz. Ocupe as ruas da sua cidade em 16/08.

O Brasil, nossa pátria amada, precisa que seus filhos de verdade salvem a nossa Mãe Gentil!





Por Robson Merola de Campos

Família: perdeu-se um tesouro?


É provável que só com ler o título deste artigo alguém já me esteja admoestando mentalmente: "Olha que Estado é laico!". Como se eu não soubesse! Tal advertência, tantas vezes lida e ouvida, tem por finalidade silenciar qualquer opinião que, objetiva ou subjetivamente, mantenha relação com alguma orientação religiosa cristã. Isso leva ao seguinte disparate: o ateu, o comunista, o materialista, o maria-vai-com-as-outras, o iletrado e o doutor, podem falar sobre quaisquer assunto, especialmente sobre moral e valores. Admitem-se, inclusive, com reverências e como referências, posições das mais diferentes culturas, da txucarramãe à budista. Calem-se, contudo, os que pretendam dizer algo que guarde relação com a tradição judaico-cristã, fundadora, com a filosofia grega e o direito romano, da civilização ocidental.

O tema "família" sempre foi conteúdo importante nas posições filosóficas e ideológicas. Os totalitarismos investem contra a instituição familiar dado seu notável efeito na transmissão dos valores através das gerações. Procuram afastar os filhos dos pais, entregando-os pelo maior tempo possível às orientações do Estado. Incentivam os jovens a delatar os genitores por posições ou atividades contra o Estado. Engels, em "A origem da família, da propriedade e do Estado", vai na esteira aberta por Marx que pretendeu ter diagnosticado a família - mais do que a propriedade - como origem da desigualdade. Fabulou ele que, no microcosmo da família, o pai opressor desempenhava papel análogo ao do capitalista em relação ao proletário. Ali habitava a matriz das desigualdades a ser combatida por aqueles que consideram toda desigualdade como um mal em si mesmo - o que, aliás, é absolutamente falso.

Convém lembrar, de outra parte, que não apenas os coletivismos e os totalitarismos investem contra a instituição familiar. Também os defensores do individualismo exacerbado, anarco-individualistas, a atacam, embora por outra frente. Consideram que a família, por se constituir em um "coletivo" a influenciar fortemente os indivíduos, acaba opondo obstáculos à liberdade de cada um. Portanto, em benefício da liberdade de todos, é preciso reduzir a força desses vínculos internos. É preciso abri-la. E então, surpresa! Estes últimos, que desconsideram a dimensão social da pessoa humana, acabaram sendo mais eficazes na erosão da instituição familiar do que os próprios marxistas. Entende-se. Os marxistas se acasalaram com um sistema econômico inviável e o fracasso econômico acabou desacreditando seu arcabouço filosófico. Restou apenas a mentalidade totalitária como participante do jogo político.

A ideologia de gênero, tão em voga, assedia o mesmo inimigo comum, ou seja, a instituição familiar. Em nome do coletivismo e do igualitarismo, desconhece o sexo com que se nasce para fazer, do gênero, objeto de uma construção. Não havendo sexo, extinguir-se-ia a diferença e se instauraria a igualdade. Convencer as crianças disso, é proclamado indispensável à "desnaturalização dos papéis de gênero e sexualidade". Pelo viés oposto, a ideologia de gênero, em nome do individualismo anárquico, faz dessa "pedagogia" uma educação para a liberdade.

Não é difícil perceber o que vai acontecer com a família à medida em que forem prosperando os ataques ao seu sentido natural, à sua finalidade essencial, e sendo adelgaçados, por vários modos e motivos, os vínculos entre seus membros. Combater a instituição familiar é atentar contra a humanidade e a liberdade. A família é essência do espaço privado, grupo humano em relação ao qual o Estado só deve agir para proteger e onde não deve entrar sem expressa e muito bem justificada determinação judicial. Ela é o porto seguro, escola do amor afetivo e efetivo, do serviço mútuo, do sacrifício pelo bem do outro, do martírio e do êxtase. Onde mais se haverá de prover tudo isso, geração após geração?

Alguém dirá que o parágrafo acima é ficcional. Que não se pode tomar a exceção por regra. Admitamos. Admitamos que o descrito é exceção e que a regra, agora, é outra. Perdeu-se, então, um tesouro.





Por Percival Puggina

A oposição somos nós!


O País desceu muitos degraus na escala moral e da compostura pela baixa qualidade da política exercida pelos seus dirigentes e aliados, portanto, tem que reagir com energia e repulsa, para impedir que o indecoroso conceito de impunidade que regula a filosofia da pior estirpe de velhacos de nossa história, venha a ditar as normas pedagógicas da “nova escola”.

Cuidemos de tirá-los do trono, destruindo o seu projeto de poder indefinido. Essa gente, durante o governo militar, articulou-se em guerrilhas para instituir a “democracia comunista”, a tão “justiceira sociedade igualitária”. Hoje, no poder, a igualdade existe, mas entre eles próprios, na divisão do dinheiro da Nação em que o montante das cotas indica o preço de cada um.

A presidente sempre teve arroubos por cofres. Mas, a parcela do povo tutelada, os “famosos” artistas repetidores de roteiros, os intelectuais de bares e a mídia escamoteadora da verdade, entregaram-lhe a chave do erário, como se entrega o mapa do tesouro a um pirata. A festança foi grande até o momento.

O cobertor emporcalhado, que agasalhava o Executivo, cobriu as Casas do Congresso e o STF. Se os Três Poderes engajaram-se na proteção dos interesses partidários, seus integrantes, com raríssimas exceções, já estão contaminados e é necessário urgência na limpeza geral do centro do poder.

Destaca-se nessa aliança entre o partido vermelho e seus aliados a identidade de ações no jogo da baixa política na qual o que menos importa são as questões nacionais. Tanto que nomes representativos das Casas participam da lista como beneficiários de substanciais somas para manter providencial desinteresse em fiscalizar os vários golpes do Executivo e acordos por ele assinados sem que passassem pelo Congresso e recebessem ou não o seu aval.

Isso não significa harmonia entre Poderes, mas cumplicidade de interesses, em detrimento do interesse maior que é o da Nação. Foram eleitos para servi-la, mas em troca deixam-lhe arruinada.

Esses mesmos parlamentares citados pela Justiça acusam-na, atacam a PF, o MP, o íntegro juiz Sérgio Moro, por terem descobertos as falcatruas em que se meteram. Legisladores que ofendem, quando acusados, as instituições que zelam pela execução das leis que eles mesmos elaboraram, é uma prova de que o País não poderá mais contar, na defesa de sua soberania, com decisões idôneas, cívicas, isentas, porque poucos nomes não estão manchados.

Acrescente-se à já conhecida deficiência intelectual da presidente, os gracejos do emproado vice que não se coadunam com a seriedade da situação, classificando-a de “crisezinha” (1), numa linguagem aquém de seu cargo, expressada a jornalistas estrangeiros, no exterior, de maneira pejorativa, comprovando a qualidade da política brasileira sempre apoiada em mentiras. Demonstrou desapreço por si mesmo, pelo País que deveria bem representar e pelo povo que lhe paga a viagem.

Foi assim com Collor, com FHC, que não desperdiçava momento, nos países em que ia dar conta de seu serviço de apátrida, para descrever o Brasil à sua maneira e semelhança: acanalhado. Agora, aproveitando o País fragilizado, deita falação aos que ainda desconhecem as suas ligações transnacionais. Finge-se indignado, porque há objetivos obscuros que devemos impedi-lo de pôr em prática. Foi assim, também, com Lula, “o honoris causa” da malandragem e da corrupção.

Não podemos cair na armadilha da falsa oposição, que FHC pensa em liderar para tumultuar.

Nós somos a verdadeira oposição, apartidária, sem muletas parlamentares, que somente se prendem a nossos braços para tirar proveito da situação caótica que ajudaram a implantar.

Esta é a hora da extrema limpeza. Não percamos mais tempo. Encontremos o nosso líder fora dos quadros políticos comprometidos.

(1) Estado de S. Paulo, 21/7/2015, A6.





Por Aileda de Mattos Oliveira

A raiz de todo o mal


É cada vez mais frequente a identificação da desigualdade de renda como a raiz de todo o mal, no mundo e no Brasil.

A solução sugerida para este problema é sempre a mesma: mais estado.

Ouvem-se — do "povo", dos "intelectuais", dos "políticos" — pedidos por mais impostos sobre riqueza, sobre capital, sobre herança. Testemunhei pessoalmente um renomado professor de economia de uma universidade federal dizer que "riqueza existe para ser taxada".

O "não-cientista econômico" (como ele mesmo se definiu certa vez) Thomas Piketty transformou-se em celebridade instantânea simplesmente por tentar prover um pano de legitimidade quantitativa que confirme aquilo que toda essa gente já tem há anos como verdade absoluta.

No Brasil, considerando a base de cálculo do imposto de renda recém-aprovada (com, mais uma vez, um reajuste menor que a inflação de preços acumulada, o que aumenta sorrateiramente a base de contribuintes e a arrecadação), uma pessoa com um salário mensal de R$ 50 mil paga nada menos que R$ 12.880,64 de Imposto de Renda por mês. São R$ 154.567,70 por ano, considerando 12 salários (para simplificar) e desconsiderando os abatimentos permitidos em lei.

Comparativamente, uma pessoa com salário de R$ 2 mil paga R$ 7,20 de IR por mês, ou R$ 86,40 por ano.

Isso significa que um único contribuinte com salário de R$ 50 mil paga, em imposto de renda, o mesmo que 1.789 trabalhadores com salário de R$ 2 mil.

Mais ainda: não seria exagero nenhum afirmar que esse contribuinte "rico" recebe de volta em serviços públicos financiados por seus impostos muito menos do que as 1.789 pessoas que ganham R$ 2 mil. Aliás, pode-se especular que ele recebe um retorno menor do que um único desses 1.789, já que o "rico" provavelmente não usa educação e saúde públicas, por exemplo. E provavelmente terá segurança privada. (O uso de infraestruturas públicas, como estradas federais não-concessionadas e aeroportos da Infraero, é custeado por taxas, como CIDE e taxas de embarque, pelas quais o "rico" paga).

No entanto, estão em curso várias tentativas paralelas de aumentar ainda mais os impostos sobre os "muito ricos". O argumento rasteiro é que, em relação à renda, os "ricos" pagam menos impostos do que os "pobres", devido ao peso dos chamados "impostos indiretos", como aqueles sobre produção, comercialização e consumo, na carga tributária total do Brasil.

Esta matéria da BBC — para citar apenas uma de várias neste tema — diz que:

O grande problema é que esses impostos indiretos são iguais para todos e por isso acabam, proporcionalmente, penalizando mais os mais pobres. Por exemplo, o tributo pago quando uma pessoa compra um saco de arroz ou um bilhete de metrô será o mesmo, independentemente de sua renda. Logo, significa uma proporção maior da remuneração de quem ganha menos.

Este raciocínio é capenga, pois ignora um pequeno (mas nada desimportante) detalhe: "ricos" consomem mais que "pobres". Alguém que ganha R$ 50 mil por mês não vai deixar o dinheiro na gaveta. Ele vai gastar, investir ou doar esse dinheiro. Se gastar, vai pagar imposto. Se investir, não apenas também vai pagar imposto como irá gerar emprego. Se doar para uma instituição de caridade, estará abrindo mão de consumir ou investir para ajudar alguém em situação de dificuldade, o que é mais ou menos o que o estado diz fazer ao tributar o "rico" para bancar programas sociais.

Logo, é incrivelmente ingênuo afirmar que "o tributo pago quando uma pessoa compra um saco de arroz ou um bilhete de metrô será o mesmo", como se isso significasse uma "injustiça tributária". Um "rico" não vai comprar a mesma quantidade de arroz e bilhetes de metrô que o "pobre". O "rico" vai consumir comidas mais caras e com carga tributária muito maior que a do arroz; e, em vez de andar de metrô, ele vai dirigir um confortável e seguro SUV importado (com tributação que talvez passe de dois terços do preço na etiqueta). Estando no Brasil, possivelmente vai ainda mandar blindar o carro, pagando sobre isto ainda mais impostos.

E o que dizer do título da matéria, "Rico é menos taxado no Brasil do que na maioria do G20"?

Em primeiro lugar, o que eles estão dizendo é que o "rico" paga menos imposto de renda no Brasil do que em outros países do G20 — logo, esse título tenta induzir à conclusão falsa de que a tributação total sobre o "rico" é menor.

Em segundo lugar, é razoável que os ricos paguem menos imposto de renda no Brasil do que na média do G20 exatamente porque nosso sistema é sobrecarregado de impostos indiretos.

Por fim, como já mencionado, há de se questionar essa máxima de que os "ricos" pagam proporcionalmente menos impostos do que os "pobres", pois ninguém calcula exatamente quanto "ricos" e "pobres" pagam efetivamente em impostos no total, uma vez que os impostos em cascata são tantos e tão complexos que talvez seja impossível fazer esse cálculo precisamente (Steve Jobs, por exemplo, certa vez rotulou nosso sistema tributário de "super crazy").

Mas com a carga tributária indo rapidamente em direção a 40% do PIB — e sendo, na realidade, de 46% do PIB quando se considera a sonegação, o que colocaria o Brasil no posto de terceira maior carga tributária do mundo —, a única coisa que uma pessoa normal pode fazer é concluir que qualquer iniciativa que aumente ainda mais esse percentual deve ser repudiada veementemente.

(Colocando em perspectiva, o gráfico que ilustra esta matéria da The Economist mostra que a carga tributária brasileira, tanto a efetiva quanto a real (de 46% do PIB), já supera até mesmo a média dos países ricos.)

A matéria da BBC diz, mais adiante, que

quatro especialistas ouvidos pela BBC Brasil defenderam a redução dos impostos indiretos, que penalizam mais os pobres, e a elevação da taxação sobre renda, propriedade e herança.

Está fora do escopo deste texto discorrer sobre todas as consequências não-premeditadas de um aumento dos impostos sobre o mais rico. Aqui, basta apenas questionar: os políticos brasileiros realmente irão reduzir os impostos indiretos? A se considerar nosso histórico, o que irá realmente ocorrer é que o governo irá aumentar os impostos sobre renda, propriedade e herança — em nome da "justiça tributária e social" — e não irá fazer absolutamente nada para simplificar e reduzir os impostos indiretos.

Na melhor das hipóteses, o governo vai aprovar uma reforma de faz-de-conta, que vai apenas agrupar dois ou mais impostos em um novo imposto (com outro nome). Ele jamais fará o mais importante, que é reduzir a carga tributária, cuja dimensão é sagrada.

A coisa certa a se fazer neste assunto, obviamente, seria reduzir o tamanho e o custo do estado, começando pelo custo do próprio governo. Qualquer reforma tributária só será digna deste nome se simplificar e reduzir a carga tributária. E qualquer redução de carga tributária só será possível com a redução do tamanho do estado.

Como dito:

Nossa economia precisa, como condição necessária — embora não suficiente — de uma forte e vigorosa — e posso até afirmar categoricamente: radical — mudança no regime fiscal, porém conduzida nos seguintes termos: reforma tributária para valer, com eliminação de nosso manicômio tributário, extinção da maioria dos tributos e expressiva redução de alíquotas; e cortes profundíssimos nos gastos do setor público, especialmente nos destinados ao custeio.

É evidente que tais condições pressupõem reformas pesadas no estado, como a administrativa, a previdenciária, uma desregulamentação severa, privatizações abrangentes e conduzidas sem espalhafato e sem leilões, mas com a simples venda em bolsa de ações das empresas estatais ao setor privado, e outras reformas que apontem no mesmo sentido e que sejam respaldadas na convicção — infelizmente, inexistente entre nós — de que o estado não é nosso patrão e muito menos nosso pai, mas sim nosso criado e que, quanto menor seu tamanho, maior será o dos indivíduos e empresas.

Medidas nessa linha ainda se encaixam no plano dos sonhos e quimeras, mas somente elas podem mudar de fato o regime fiscal, com a garantia de que no longo prazo, primeiro, o estado será o menor possível, e segundo, que o equilíbrio de suas contas estará garantido.


Mas o Brasil segue no caminho oposto, com o estado custando mais e arrecadando mais ano a ano, seja qual for o partido no poder. Em 1989, segundo dados do ministério da Fazenda, a carga total era de aproximadamente 24% do PIB; em 2013, chegou a 36% – um crescimento de 50%, ou algo como 1,7% ao ano.

E mesmo com a arrecadação indo "rumo ao infinito e além", a conta segue não fechando, e o estado segue se endividando cada vez mais e torrando parte relevante do que arrecada apenas para pagar os juros dessa dívida. Assim, não haverá nunca "ricos" em número suficiente para taxar, mesmo porque não há, em nenhuma sociedade, um número grande o bastante de ricos que possam custear sozinhos os crescentes gastos efetuados pelo estado. É ingenuidade crer que as pessoas mais ricas irão simplesmente quedar inertes e aceitar pagar alíquotas mais altas. O buraco continuará crescendo.

Em tempo: ainda segundo a matéria da BBC,

Fernando Gaiger [...] propõe que haja mais duas alíquotas de Imposto de Renda — uma de 35% para quem ganha por mês entre R$ 6 mil e R$ 13,7 mil e outra de 45% para quem recebe mais que isso.

Caso a proposta feita pelo "especialista" citado na matéria da BBC fosse incorporada à tabela atual (ou seja, alíquotas de 35% para quem ganha de R$ 6 mil a R$ 13,7 mil por mês e de pornográficos 45% para quem recebe acima disso), aquele nosso hipotético trabalhador com salário de R$ 50 mil pagaria algo como R$ 19.810,64 por mês em imposto de renda, ou a fortuna de R$ 237.727,70 por ano — algo ao norte de R$ 83 mil a mais do que na tabela atual.

Neste caso, sua "contribuição" (a palavra "contribuinte" só pode ser provocação quando o assunto é, como o nome diz, imposto) equivaleria à soma de 2.751 trabalhadores com salário de R$ 2 mil.

E chamam isso de "justiça tributária".




Por Cicero Baggio
Analista de pesquisa de opinião e mercado, publicitário pós-graduado em Marketing, e MBA em International Business pela Brandeis University International Business School.

Alguns fatos estupefacientes sobre os impostos no Brasil


Tudo à sua volta tem impostos. Da energia elétrica que você consome para ler esse texto até a roupa que está vestindo nesse momento.

Mas o sistema tributário brasileiro possui diversas bizarrices, das quais você provavelmente não faz a mais mínima ideia.

É um sistema complexo, desigual, cheio de brechas, gigante pela própria natureza e que tende a piorar nos próximos anos se tudo continuar nesse ritmo.

Entender toda essa legislação tributária não é tarefa simples: custa tempo, dinheiro e é algo literalmente pesado.

A seguir, sete fatos que você não sabia, mas deveria saber, sobre os impostos brasileiros. Do filme pornográfico ao livro dos recordes.

1) Pagamos mais impostos em remédios do que em revistas e filmes pornográficos

Sim, isso mesmo.

Enquanto revistas eróticas sofrem uma taxação de 19%, nossos remédios possuem uma carga tributária de incríveis 34%. Além de dar prioridade ao conteúdo adulto, nosso sistema tributário ainda nos trata pior do que animais: segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), medicamentos veterinários possuem uma carga tributária de 13%, quase um terço dos impostos embutidos em remédios de uso humano.

2) A complexidade do nosso sistema tributário concorre por um recorde no Guinness World Records

Além das injustiças e distorções provocadas pelo nosso sistema tributário, a sua complexidade atua como um entrave para empreendedores — e essa burocracia gera custos.

Anualmente, as empresas brasileiras gastam 2.600 horas para cumprir suas obrigações tributárias. É o pior resultado entre 189 países. Estamos atrás até mesmo de países como a Venezuela (792 horas), a Nigéria (956 horas) e o Vietnã (872 horas). Mesmo o penúltimo colocado, a Bolívia, dá uma surra no Brasil: 1.025 horas.

Mas para onde vai tanto tempo?

Um advogado resolveu correr atrás do número exato dessa burocracia toda. Foram quase 20 anos compilando as leis tributárias de municípios, estados e da Federação. O resultado: um livro de 7,5 toneladas, 2,21 metros de altura e 41 mil páginas contendo todas as normas tributárias do país, escritas em fonte tamanho 22.

Atualmente, o livro concorre na categoria de mais pesado e com mais páginas do mundo. Ao todo, o trabalho custou R$ 1 milhão — dos quais, 30%, foram gastos com impostos.

3) Não bastasse a complexidade existente, todos os dias são criadas mais 46 leis tributárias

Desde a promulgação da Constituição de 1988, o Brasil criou 320.343 leis tributárias. Sim: trezentos e vinte mil, trezentos e quarenta e três leis tributárias.

Levando-se em conta o número de dias úteis no período, foram criadas 46 novas leis todos os dias, segundo um levantamento do IBPT.

Se continuarmos nesse ritmo, nossa complexidade tributária só tende a piorar e complicar ainda mais os negócios do país, que já precisam seguir 40.865 artigos legais para poderem funcionar.

4) Nosso atual imposto de importação é maior que o da União Soviética na década de 1980

Você leu certo, camarada. Em 1988, a União Soviética fez uma reforma tributária e de comércio exterior, com a intenção de atrair investimentos externos. O limite de participação estrangeira em negócios, por exemplo, saiu dos 49% para 80%. Junto a essa reforma, o governo também promoveu uma abertura comercial, permitindo a importação de diversos produtos e fixou as tarifas de importação para eles, que variavam de 1% (para itens de necessidade básica, como alimentos) até 30%, em casos de itens como eletrodomésticos.

A liberação econômica mais tarde ajudaria a acabar com a censura no país e levaria a União Soviética a um colapso econômico.

Em contraste, hoje os brasileiros pagam um imposto de importação de 60% do valor do produto. As taxas ainda podem ser maiores dependendo de impostos estaduais, como o ICMS, cobrado em cima do valor do produto após a taxa de importação. Como em alguns estados o ICMS pode chegar a 18%, a tarifa total sobre a importação pode totalizar 89% do valor da mercadoria.

5) Nosso sistema tributário é o mais injusto do mundo, por diversas razões

Não existe exatamente um ranking de sistemas tributários mais injustos; porém, se existisse, o Brasil teria boas chances de figurar nas primeiras colocações.

Primeiramente, nosso retorno sobre os impostos é o pior entre 30 países analisados pelo IBPT — posição que ocupamos por 5 anos consecutivos. Com um retorno tão baixo, o sistema tributário brasileiro força o contribuinte a pagar para a iniciativa privada, quando possível, por alguns serviços como educação e saúde. Os que não podem pagar ficam relegados a serviços públicos de péssima qualidade.

Para piorar, um estudo do IPEA demonstrou que, quanto mais na base da pirâmide, mais impostos proporcionalmente o cidadão paga de acordo com sua renda: enquanto os 10% mais pobres chegam a gastar quase 30% dos seus rendimentos com impostos indiretos, os 10% mais ricos gastam cerca de 10%. Mesmo considerando-se os impostos diretos, os pobres ainda pagam proporcionalmente mais impostos.

A solução, claro, não é aumentar as taxas do topo da pirâmide: os ricos brasileiros já deduzem uma porcentagem da renda muito próxima da de países desenvolvidos — e eles, é claro, vão sempre repassar essas taxas para o resto da população.

Por que não, então, cobrar menos dos outros degraus da pirâmide?

6) Não fosse a sonegação, teríamos a 3ª maior carga tributária do planeta

Que a carga tributária do Brasil é alta, todo mundo sabe. Mas, apesar de figurarmos na 22ª posição no ranking mundial, a carga de impostos do país está muito distante de sua realidade: aparecemos no ranking ao lado de diversos países europeus ricos. Se levarmos em conta todos os países do continente americano, saímos ainda pior na foto: somos o primeiro lugar entre todos os países da região, incluindo a América do Norte.

Mas a triste realidade poderia ser ainda pior, não fosse a sonegação. Isso mesmo, a sonegação.

Segundo o Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), em 2014, o país deixou de arrecadar R$ 501 bilhões por conta da sonegação. O que pouco se fala, no entanto, é que, caso esse valor tivesse sido de fato pago pelos pagadores de impostos, o governo teria arrecadado impressionantes 2,3 trilhões de reais no período: 46% do nosso PIB, que ficou em R$ 5,5 trilhões ano passado de acordo com o IBGE.

Com uma carga tributária tão alta, tomaríamos o 3ª lugar na fila dos países que mais cobram impostos no mundo, perdendo somente para a Eritréia (50%) e a Dinamarca (48%).

Isso, claro, excluindo-se os dois países que são pontos fora da curva na arrecadação de impostos: a Coreia do Norte (100%) e o Timor Leste, que arrecadou 227% do PIB.

7) Existe um imposto escondido que você paga sem saber

Há um imposto ainda mais perverso com os mais pobres, o qual, mensalmente, corrói sua renda sem que eles tenham como escapar. Esse imposto é a inflação.

Como o Nobel de Economia Milton Friedman argumentava, a inflação nada mais é do que um imposto escondido — ele acontece quando o governo injeta na economia mais dinheiro do que a demanda pode suportar.

[N. do E.: O atual sistema monetário é baseado em um monopólio estatal de uma moeda puramente fiduciária. O dinheiro é criado monopolisticamente pelo Banco Central e é em seguida entregue ao sistema bancário. O sistema bancário, por sua vez, por meio da prática das reservas fracionárias, se encarrega de multiplicar este dinheiro (eletronicamente) por meio da expansão do crédito.

Falando mais diretamente, o dinheiro criado pelo Banco Central é multiplicado pelo sistema bancário e entra na economia por meio do endividamento de pessoas e empresas.

Essa expansão da oferta monetária feita pelo Banco Central e pelo sistema bancário de reservas fracionárias é o que realmente gera a inflação de preços e, por conseguinte, um declínio na renda das pessoas em termos reais.

Quando os preços aumentam em decorrência de uma expansão da oferta monetária, os preços dos vários bens e serviços não aumentam com a mesma intensidade, e também não aumentam ao mesmo tempo.

A quantia adicional de dinheiro que entra na economia — por meio do sistema bancário que expande o crédito, e o qual é totalmente controlado pelo Banco Central — não vai parar diretamente nos bolsos de todos os indivíduos: sempre haverá aqueles que estão recebendo esse dinheiro antes de todo o resto da população.

As pessoas que primeiro receberem esse novo dinheiro estão em posição privilegiada: elas podem gastá-lo comprando bens e serviços a preços ainda inalterados. Ora, se a quantidade de dinheiro em seu poder aumentou e os preços ainda não se alteraram, então obviamente sua renda aumentou. Essas são as pessoas que ganham com a inflação.

À medida que esse dinheiro é gasto e vai perpassando todo o sistema econômico, os preços vão aumentando (afinal, há mais dinheiro na economia). Porém, começa aí a haver uma discrepância: vários preços já aumentaram sem que esse novo dinheiro tenha chegada às mãos de outros grupos de pessoas. Essas são as pessoas que perdem com a inflação.

Somente após esse novo dinheiro ter perpassado toda a economia — fazendo com que os preços em geral tenham subido — é que ele vai chegar àqueles que estão em último na hierarquia social. Assim, quando a renda nominal desse grupo subir, os preços há muito já terão subido.

Houve uma redistribuição de renda: aqueles que receberam primeiro esse novo dinheiro obtiveram ganhos reais. Com uma renda nominal maior, eles puderam comprar bens e serviços a preços ainda inalterados. Já aqueles que receberam esse novo dinheiro por último tiveram perdas reais. Adquiriram bens e serviços a preços maiores antes de sua renda ter aumentado. Houve uma redistribuição de renda do mais pobre para o mais rico.]

Basicamente, é como se o governo imprimisse dinheiro continuamente; no entanto, como a produtividade da economia não acompanha o crescimento da oferta monetária, o dinheiro passa a valer menos no mercado.

Inflação, portanto, nada mais é do que um imposto, como qualquer outro, escondido sob um nome mais técnico. E este imposto é como a morte: não tem como escapar.




Fonte: Spotniks
Visite se website: http://spotniks.com/

Como o governo pega seu dinheiro para influenciar as massas a favor dele


A história nos mostra que o estado enquanto organização social se originou através da força e do uso de coação. Todavia, em longo prazo, com o surgimento de mecanismos para restringir o seu poder, com o estabelecimento de uma burocracia e do aparato estatal, apenas o uso da força não mais era suficiente para manter a sua existência e para seu governo influenciar a população a seu bel prazer.

Independente de haver um regime democrático ou não, um governo precisa ter o apoio da maioria de seus cidadãos para se manter no poder. Isso apenas é possível se a maioria das pessoas for persuadida por uma ideologia cuja argumentação não apenas defenda como boas às práticas do governo, porém certamente que elas foram melhores do que outras possíveis alternativas.

Nesse sentido, Murray Rothbard refletiu que:

É evidente que o estado precisa de intelectuais; mas não é algo tão evidente por que os intelectuais precisam do estado. […] podemos afirmar que o sustento do intelectual no livre mercado nunca é algo garantido, pois o intelectual tem de depender dos valores e das escolhas das massas dos seus concidadãos, e é uma característica indelével das massas o fato de serem geralmente desinteressadas de assuntos intelectuais. O estado, por outro lado, está disposto a oferecer aos intelectuais um nicho seguro e permanente no seio do aparato estatal; e, consequentemente, um rendimento certo e um arsenal de prestígios. E os intelectuais serão generosamente recompensados pela importante função que executam para os governantes do estado, grupo ao qual eles agora pertencem.[1]

Vale ressaltar que, no tocante às restrições e limitações impostas ao poder estatal, o francês Bertrand de Jouvenel expôs que “cada uma destas teorias perdeu, mais cedo ou mais tarde, o seu propósito original”[2] através do estado recorrendo aos seus aliados intelectuais. Ou seja, os freios impostos ao poder estatal aos poucos são flexibilizados através de novas interpretações e hermenêuticas, em grande parte produzidas e idealizadas por intelectuais financiados pelo estado a fim de legitimar esse crescimento de intervencionismo, que avança as fronteiras a que era limitado originalmente.

Vale notar que intelectuais financiados pelo governo dificilmente o criticarão. Afinal, quem morderá a mão que o está alimentando? Por conseguinte, ao financiar uma elite cultural, o governo visa influenciar as massas de forma favorável para si.

Ademais, o governo conta com todo um aparato estatal de propaganda governamental. No que tange aos gastos com campanhas publicitárias do governo federal brasileiro, a jornalista Marina Pinhoni destacou que os gastos do governo brasileiro em 2013 (R$ 2,46 bilhões[3]) foram assustadoramente maiores que os investidos pela gigante Ambev[4].

O jurista Hugo de Brito Machado, no tocante aos gastos com propaganda governamental[5], refletiu que:

“na empresa privada a propaganda é necessária para atrair clientela. Daí a divulgação insistente das qualidades de muitos produtos e serviços. É a disputa do mercado. A disputa do cliente, porque este gera mais receita, sem a qual a empresa não pode sobreviver. Os órgãos do Estado não precisam fazer propaganda. […] Nenhuma entidade prestadora de serviços públicos precisa atrair clientes.”[6]

No panorama brasileiro, apenas o valor gasto em patrocínios do governo federal foi de R$ 1,42 bilhão em 2014[7], inferior ao ano anterior apenas por causa das restrições pertinentes ao ano eleitoral, como se verifica no quadro ao lado. Entrementes, verifica-se acentuado crescimento com o passar dos anos. 


Daí a importância da crítica intelectual independente para tecer contrapontos ao que defendem os estudiosos governistas. É preciso haver acolhimento institucional de pessoas que pensam de forma diferente do tradicional paternalismo e intervencionismo estatal. Há certamente demanda para isso, mas para tanto, é preciso haver patrocínio ideológico.

Como asseverou o filósofo Luiz Felipe Pondé[8]: “se você acha que é preciso jovens que desenvolvam um país diferente, é preciso apoiar essas pessoas”. Isto é, para frear a reprodução de discursos anti-livre mercado e facilitar o ambiente de negócios, é preciso financiar centros culturais e think tanks[9] que defendam liberdades econômicas e a primazia do indivíduo sobre a coletividade.

Por fim, o estado gastando cada vez mais com propaganda e com financiamento de intelectuais (utilizando seu dinheiro para isso!) trata-se, nada mais, que a pavimentação do caminho da servidão[10]. O financiamento à crítica intelectual independente por parte da iniciativa privada e o estabelecimento de restrições legais mais rígidas às publicidades governamentais são remédios para tornar o ambiente de negócios mais salutar e mudar esse lamentável quadro.




Por Luan Sperandio Teixeira


[1] ROTHBARD, Murray N., A anatomia do Estado, p. 14.

[2] DE JOUVENEL, Bertrand, O poder, História Natural de seu Crescimento, f. 27.

[3] Valores corrigidos pelo IGP-M, ou R$ 2,31 bilhões, em valores correntes.

[4] Disponível em: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/dilma-gasta-mais-em-publicidade-que-cervejas-da-ambev.

[5] A publicidade é o gênero e propaganda é uma espécie de publicidade, podemos dizer que essa espécie identifica-se pela finalidade. Enquanto a publicidade tem por fim apenas tornar conhecido o fato divulgado, a propaganda tem por fim fazer isto com o propósito de influir no íntimo das pessoas às quais se dirige, não necessariamente para que comprem um bem ou um serviço, mas para que adotem certo comportamento. (Teodoro Gonzáles Ballesteros, 1998, PP.669-670.

[6] MACHADO, Hugo de Brito, Curso de Direito Tributário, p. 26.

[7] Disponível em: http://fernandorodrigues.blogosfera.uol.com.br/2015/04/24/governo-dilma-gastou-r-142-bilhao-em-patrocinios-em-2014/

[8] Em palestra ministrada em São Paulo em 27 de janeiro de 2015. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=Hy-kHGIKeAI.

[9] Think tanks são organizações ou instituições que produzem e difundem conhecimento sobre assuntos estratégicos, com vistas a influenciar transformações sociais, políticas, econômicas ou científicas, sobretudo em assuntos sobre os quais pessoas comuns não encontram facilmente, como o Instituto Liberal J



[10] Do qual o Nobel em Ciências Econômicas Friedrich von Hayek nos alertou. Disponível em http://www.mises.org.br/Ebook.aspx?id=31.

Fora Aécio Neves! Fora Armínio Fraga!


Acordei hoje com essa notícia na Veja: O sarcástico escritor inglês Oscar Wilde (1854-1900) costumava dizer que “sua ironia era perdida com os estúpidos”. Um estudo científico comprovou a intuição de Wilde. Segundo a pesquisa do Insead (escola francesa especializada em negócios; uma das mais importantes do mundo nesta área), pessoas sarcásticas são até três vezes mais inteligentes e criativas que aquelas que fazem e recebem comentários diretos e sinceros.

Publicada no periódico Organizational Behavior and Human Decision Processes, a análise revela que o sarcasmo pode ser considerado bastante saudável, pois fazer e entender comentários desse tipo exige que o cérebro faça uma busca por pensamentos abstratos e subjetivos, ação que contribui para o aumento da criatividade.

Para Li Huang, líder do estudo e professora de comportamento organizacional do Insead, “o sarcasmo pode estimular a criatividade, a concepção de ideias e a forma de solucionar problemas. Descobrimos que ele certamente catalisa uma maneira superior de pensamento.”


Quero deixar claro aqui aos meus leitores: não concordo! Acho esse estudo uma estupidez. Sou inteligente, diria até brilhante, modéstia às favas, e nunca faço sarcasmo. Logo, a conta não fecha! Esses pesquisadores devem ter algum viés, devem se achar engraçadinhos, e por isso forçaram a barra nas conclusões. Pessoas inteligentes são diretas, falam exatamente o que pensam, sem ironia fina ou bruta.

É por isso que comento a segunda notícia que li hoje: o Banco Central subiu a taxa de juros para 14,25% ao ano! Isso é um acinte, um absurdo! Bem que a presidenta Dilma tinha nos avisado: se a oposição ganhasse, podíamos nos preparar, que vinha chumbo grosso. Esses representantes da elite, dos banqueiros, iam aumentar os juros para beneficiar os rentistas. Iam subir preços. Iam governar para os ricos e fazer a comida desaparecer na mesa dos pobres. Dito e feito!

Dilma não erra uma. Por isso tenho orgulho de dizer que ela faz parte do meu time e concordaria com minha avaliação: sarcasmo é coisa de gente engraçadinha e limitada. Sempre muito articulada e inteligente, a mulher sapiens que nos governa com tanta competência sempre vai direto ao ponto. Por exemplo: no Dia das Crianças, ela mandou uma mensagem objetiva e clara para todos, vejam:


Ah, se o Brasil ainda fosse governado por uma mulher inteligente dessas! Teríamos abundância de mandioca na mesa dos brasileiros! Por que foram votar em Aécio Neves? Inaceitável. Agora deu nisso: economia em queda livre, inflação em forte alta, e BC aumentando a taxa de juros mesmo nessa recessão braba. Banqueiros! Colocaram o Arminio Fraga no comando da economia, deu nisso. Todos com saudades de Guido Mantega agora, um economista brilhante (outro que não faz ironias, provando meu ponto), que se preocupava com os mais pobres.

Onde isso tudo vai parar? Não sei. Só sei que Dilma foi profética, e agora que colocaram os banqueiros tucanos no poder, só nos resta rir para não chorar. Vou ler as colunas do Greg, um rapaz jovem e espetacular nas suas sacadas, justamente porque não usa ironia nem sarcasmo. Vai direto ao ponto. Defende o PT e a Dilma com propriedade, argumentos sólidos, embasamento, e nunca, jamais aceitaria receber um só tostão de alguma estatal para isso, pois o faz com a convicção de um idealista puro!

Por Rodrigo Constantino

O escândalo é único


Que WikiLeaks, que Swissleaks, que cartéis mexicano e colombiano de drogas, que Fifagate, que nada! O escândalo top do mundo hoje é outro. Nada se lhe compara em grandeza aritmética, ousadia delituosa ou desrespeito a valores éticos. E é coisa nossa! Embora nada tenhamos a nos orgulhar de que o seja. Ao contrário!

Após se ter oposto ferozmente à escolha de Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral para dar início à Nova República; à posse e ao governo de José Sarney, a Fernando Collor, que ajudou a derrubar; ao sucessor constitucional deste, Itamar Franco, de cuja ascensão participou; e a Fernando Henrique Cardoso, o Partido dos Trabalhadores (PT) chegou ao governo federal com seu maior líder, Luiz Inácio Lula da Silva, e se lambuzou no pote de mel do poder sem medo de ser feliz.

O primeiro objetivo caiu-lhe no colo como a maçã desabou sobre a cabeça de Newton. Era de uma obviedade acaciana. Sob crítica feroz da oposição, que o PT comandava, os tucanos privatizaram a Telebrás e, devidamente desossado, o filé apetitoso das operadoras de telefones foi devorado na nova administração. Sob as bênçãos e os olhos cúpidos do padim Lula, a telefonia digital foi entregue a consórcios nos quais se associaram algumas operadoras internacionais, com a experiência exigida no ramo, burgueses amigos e fundos de pensão, cujos cofres já vinham sendo arrombados pelos mandachuvas das centrais sindicais. Nunca antes na história deste país houve chance tão boa para mergulhar na banheira de moedas do Tio Patinhas.

Só que o negócio era bom demais para ser administrado em paz. Logo os concessionários se engalfinharam em disputas acionárias, que mobilizaram a Polícia Federal (PF), a Justiça nacional, os órgãos de garantia de combate a monopólios e até instrumentos de arbitragem internacional. No fragor da guerra das teles, os primeiros sinais de maracutaia dividiram as grandes rotas com os aviões de carreira. Sabia-se que naquele pirão tinha caroço. Mas quem ficou com a parte do leão?

Impossível saber, pois este contencioso está enterrado sob sete palmos de terra. Desde o Estado Novo, os sindicatos operários ou patronais administram sem controle externo caixas que têm engordado ao longo do tempo com a cobrança da Contribuição Sindical, que arrecada um dia de trabalho de todo trabalhador formal no Brasil, seja ou não sindicalizado. Sob a égide de Lula, as centrais sindicais foram incluídas na divisão desse bolo gordo e açucarado. E o sistema financeiro, acusado de ser a sanguessuga do suor do trabalhador, incorporou a esse cabedal os fundos de pensão. Sob controle de dirigentes sindicais, estes ocultam uma caixa-preta que ninguém tem poder nem coragem para abrir.

Só que o noticiário sobre tais episódios foi soterrado pela avalanche de denúncias provocada pelas revelações da Ação Penal (AP) 470, já julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e conhecida popularmente pela denominação que lhe foi dada pelo delator, Roberto Jefferson – o mensalão. Agora, após seu julgamento ter sido concluído e com os réus condenados, este é visto quase como lana-caprina desde a eclosão de outro mais espetacular: a roubalheira do propinoduto da Petrobras devassada pela Operação Lava Jato. Mas a cada dia fica mais claro que os dois casos se conectam e se explicam.

A importância de elucidar um crime ao investigar outro foi comprovada quando, na Operação Lava Jato, a PF encontrou nos papéis de Meire Poza, contadora do delator premiado Alberto Youssef, a prova de que o operador do mensalão, Marcos Valério, deu R$ 6 milhões ao empresário Ronan Maria Pinto, como tinha contado em depoimento referente à AP 470. Segundo Valério, essa quantia evitaria chantagem de Ronan, que ameaçava contar o que Lula e José Dirceu tinham que ver com o sequestro e a morte de Celso Daniel, que era responsável pelo programa de governo na campanha de 2002.

Mas nem essa evidência da conexão Santo André-mensalão-petrolão convence o PSDB a dobrar a oposição do relator da CPI da Petrobras, Luiz Sérgio (PT-RJ), e levar Ronan a depor, como tem insistido a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP). É que os tucanos articulam uma aliança com o atual dono do Diário do Grande ABC para enfrentar o petista Carlos Alberto Grana na eleição municipal de Santo André. E este corpo mole pode dificultar o esclarecimento da verdade toda.

A Lava Jato já produziu fatos antes inimagináveis, como acusações contra os maiores empreiteiros do País e até a prisão de vários deles. É o caso de Otávio Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, que presidia o Conselho de Administração da Oi na guerra das teles. Isso revela mais um investigado em mais de um escândalo. Como Pedro Corrêa e José Dirceu, acusados de receber propina da Petrobras quando cumpriam pena pelo mensalão.

A Consuelo Dieguez, em reportagem da revista Piauí, publicada em setembro de 2012, Haroldo Lima, que tinha sido demitido por Dilma da presidência da Agência Nacional de Petróleo, disse que, no Conselho de Administração da Petrobras, ele, a presidente e o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli só votavam como o chefe mandava. E agora Lula é investigado por eventual lobby para a Odebrecht no exterior em obras financiadas pelo BNDES, a ser devassado em breve numa CPI na Câmara.

E a Lava Jato chegou à eletricidade. Walter Cardeal, diretor da Eletrobrás que acompanha Dilma desde o Rio Grande do Sul, foi citado na delação de Ricardo Pessoa, tido como chefe do cartel do petrolão, acusado de ter negociado doação de R$ 6,5 milhões à campanha da reeleição dela. Othon Silva, presidente licenciado da Eletronuclear, foi preso ontem, sob suspeita de ter recebido propina.

Teles, fundos de pensão, Santo André, mensalão, BNDES, eletrolão e petrolão não são casos isolados. Eles compõem um escândalo só, investigado em Portugal, Suíça e EUA: é este Brasil de Lula e Dilma.





Por José Nêumanne

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Pornografia: O Novo Narcótico


O novo narcótico. Morgan Bennett acabou de publicar um artigo com esse título. A tese:

Uma pesquisa neurológica revelou que o efeito da pornografia na internet sobre o cérebro humano é tão potente — se não mais — do que substâncias químicas que viciam, tais como cocaína e heroína.

Para piorar as coisas, existem 1,9 milhões de usuários de cocaína, e 2 milhões de usuários de heroína, nos Estados Unidos, comparado a 40 milhões de usuários regulares de pornografia online.

Aqui está o porquê do poder viciante da pornografia poder ser pior:

Cocaína é considerada um estimulante que aumenta os níveis de dopamina no cérebro. Dopamina é o principal neurotransmissor que as substâncias mais viciantes liberam, enquanto causa uma “alta” e um subsequente desejo por uma repetição da alta, ao invés de uma sensação posterior de satisfação por meio de endorfinas.

Heroína, por outro lado, é preparada com ópio, que tem um efeito relaxante. Ambas as drogas provocam tolerância química, que requer quantidades cada vez mais altas da droga para atingir a mesma intensidade de efeito.

Pornografia, ao fazer ambos o despertar (o efeito de “alta” via dopamina) e causar um orgasmo (o efeito “relaxante” via ópio), é um tipo de “polidroga” que provoca ambos os tipos de substâncias químicas viciantes no cérebro de uma vez, aumentando sua tendência viciante.


Mas, Bennett diz, “pornografia na internet faz mais do que apenas aumentar significativamente o nível de dopamina no cérebro por uma sensação de prazer. Ela literalmente altera a matéria física dentro do cérebro para que novos caminhos neurológicos necessitem de material pornográfico, a fim de provocar a sensação de recompensa desejada.”

Imagine o cérebro como uma floresta onde trilhas são desgastadas por caminhantes que caminham pelo mesmo caminho de novo e de novo, dia após dia. A exposição a imagens pornográficas cria caminhos nervosos parecidos que, com o tempo, se tornam mais e mais “bem pavimentados” conforme eles são repetidamente trafegados com cada exposição a pornografia. Aqueles caminhos neurológicos eventualmente se tornam a trilha na floresta do cérebro pela qual cada interação sexual é enviada. Portanto, o usuário de pornografia, seja homem ou mulher, “criou inconscientemente um circuito neurológico” que faz sua perspectiva padrão em relação as matérias sexuais dominada pelas normas e expectativas da pornografia.

Esses caminhos viciantes não somente nos fazem filtrar todo estímulo sexual através do filtro pornográfico; eles despertam o desejo por “mais conteúdo pornográfico como mais prática de tabus sexuais, pornografia infantil, ou pornografia sadomasoquista.”

E isso piora:

Outro aspecto do vício em pornografia que supera as características viciantes e nocivas do abuso de substâncias químicas é sua permanência. Enquanto substâncias podem ser metabolizadas para fora do corpo, imagens pornográficas não podem ser metabolizadas para fora do cérebro, porque imagens pornográficas são armazenadas na memória do cérebro.

“Em resumo,” Bennett escreve, “pesquisas no cérebro confirmam o fato crítico que a pornografia é um sistema de distribuição de droga que tem um efeito distinto e poderoso sobre o cérebro humano e o sistema nervoso.”

Nada disso pega Deus de surpresa. Ele projetou a interação entre o cérebro e a alma. Descobertas de dimensões físicas para a realidade espiritual não anulam a realidade espiritual.

Quando Jesus disse, “Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela” (Mateus 5:28), ele viu com clareza cristalina — da maneira que um inventor vê sua invenção — que o olho físico tinha profundos efeitos no “coração” espiritual.

E quando o sábio do Velho Testamento disse em Provérbios 23:7, literalmente, “Como imagina em sua alma, assim ele é,” ele viu com clareza similar que os atos da alma criam realidades. Pensar na alma corresponde a “ser.” E esse “ser” inclui o corpo.

Em outras palavras, funciona em ambos os sentidos. A realidade física afeta o coração. E o coração afeta a realidade física (o cérebro). Portanto, essas notícias horríveis da pesquisa do cérebro sobre o poder escravizador da pornografia não é a palavra final. Deus tem a palavra final. O Espírito Santo tem o maior poder. Não somos meras vítimas dos nossos olhos e dos nossos cérebros. Eu sei disso de ambas, Escrituras e experiência. E eu vou escrever mais sobre isso na próxima terça-feira.





Por John Piper
Um dos ministros e autores cristãos mais proeminentes e atuantes dos dias atuais, atingindo com suas publicações e mensagens milhões de pessoas em todo o mundo. Ele exerce seu ministério pastoral na Bethlehem Baptist Church, em Minneapolis, MN, nos EUA desde 1980.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Canhões de Agosto


Agosto é o mês das bombas de Hiroshima e Nagasaki, agosto está no título da obra-prima de Barbara Tuchman e é, agora, para todos nós sinônimo de esperança de retirada do poder dessa organização criminosa chamada PT.

O PT destruiu a economia, humilhou os médicos, colocou os policiais na condição de bandidos e matou professores de fome. O PT destruiu a Universidade Brasileira, liquidou com a cultura, acabou com carreira de artistas e roubou da nação a maior quantidade de dinheiro já desviada da História. Essa legião precisa ser varrida do poder. Está nas nossas mãos!

Só depende de nós! Nós precisamos mostrar ao mundo que o Brasil não pertence ao PT, que aqui existe gente honesta, que esse povo é sério e que o país merece respeito. Não vai ser possível fazer tudo isso com essa corja de marginais no poder. Não podemos esperar por Eduardo Cunha nem pelas Forças Armadas.

Precisamos estar, aos milhões, nas ruas do Brasil exigindo a renúncia imediata desta verdadeira BANDIDA que nos governa. Mensalão, Petrolão, Eletrolão ...só muda o nome: tudo é uma coisa só – o projeto criminoso destes marginais que construíram hospitais no Oriente Médio, usinas hidroelétricas na América Central, autoestradas na África e fraudaram, ROUBARAM, a eleição de 2014 na urnas eletrônicas! O lugar dos petistas é na cadeia – nós NÃO precisamos de justificativa legal alguma para varrer estes bandidos de Brasília.

O impeachment é um DIREITO NOSSO; não um favor que deputados e senadores vão (se é que vão) nos fazer. O que nos falta é a capacidade de retomarmos, todos nós, o controle do nosso destino, da nossa história, que estes verdadeiros marginais bolivarianos do Foro de São Paulo nos tomaram. O doutor Sérgio Moro e a Operação Lava Jato estão fazendo a parte deles; nós precisamos fazer a nossa pois não necessitamos de nenhum motivo maior do que a nossa própria vontade para derrubar do poder o PT e o seu projeto criminoso de governo.

Meus amigos, o PT nos humilhou, nos apresenta ao mundo como o país mais corrupto do planeta. Uma simples declaração da presidente Dilma beira à esquizofrenia e a plateia não consegue, sequer, conter as gargalhadas. Aproxima-se a hora de José Dirceu, Lula, Palocci e tantos outros marginais do PT serem mandados para Curitiba. A prisão deles é CERTA e cabe a nós todos, na próxima manifestação, mostrar aos políticos que ainda estão “soltos” que eles podem ser os próximos, que nós sabemos de tudo, que nada nos passa despercebido, e que os verdadeiros marginais com cargo público tem os dias contados.

Dia 16 de agosto, o BRASIL inteiro nas ruas – Os Canhões de Agosto somos todos nós!



Por Milton Simon Pires

O nirvana virou deserto de Saara


Na última década os brasileiros viveram um tempo dicotômico. O governo alimentou o surrealismo do bem contra o mal. Marqueteiros, vendedores de ilusões estipendiados por milhões de reais, propagandeavam a chegada da “boa nova”, haveria leite e mel para o povo. Tempo de “nunca antes na história desse país” proclamado em alto brado pelo presidente da República. O governo era o bem travando duro combate contra as demoníacas elites brasileiras.

O mal era a “herança maldita” deixada pelo governo anterior, alcunhado de protetor dos privilegiados. Ignorando com enorme cinismo o fato de o Plano Real, ao acabar com a inflação, estabilizara a economia que confiscava a renda dos trabalhadores e dos pobres. Sustentou, por uma década de estabilidade, conquistas econômicas e sociais que tiraram da pobreza milhões de famílias.

A popularidade do governo foi consequência natural, intensificada com programas sociais importantes. Infelizmente muitas dessas conquistas estão ameaçadas por inexistência de dinheiro para sustentá-las. As árvores plantadas pelo Plano Real deram os frutos colhidos durante a década. A falta de irrigação e plantio de novas árvores que seria a implantação de reformas estruturais e investimentos voltados para o desenvolvimento, levou o festejado nirvana a se transformar em deserto de Saara.

Hoje a economia brasileira está mergulhada em recessão, com a atividade produtiva em ritmo negativo, o desemprego em escala crescente, as contas públicas deterioradas, a inflação ascendente, o poder aquisitivo da população em declínio, a inadimplência avançando com celeridade e um governo atônito e perdido.

Viveremos no curto e médio prazo momentos de grandes dificuldades, com aprofundamento da crise política, econômica e social. A “presidenta”, reconhecidamente “incompetenta”, tem a legitimidade de um mandato popular conferido, democraticamente, há poucos meses. Na vertente política, setores de uma oposição desorientada lançam a tese do afastamento. Infelizmente a inteligência e a estratégia do jogo de poder sofre de indigência e de notável déficit na vida brasileira. Fosse dirigente do PT, estimularia o movimento do “Impeachment” de Dilma Rousseff.

Quem viesse a assumir o governo não teria respostas para solucionar a crise econômica, política e social em que os governos petistas mergulharam o Brasil. Seria a tábua de salvação para o PT que iria mobilizar o que resta da sua militância, fazendo oposição selvagem ao novo governo com “slogans” e acusações pérfidas. Não se enganem, com relativo apoio popular.

É preciso dizer com clareza: a sociedade brasileira é mercurial e responde sempre com visão de curtíssimo prazo. Enormes parcelas acreditam em salvadores da Pátria, adora personagens messiânicos. Exemplo: caçadores de marajás e erradicadores da pobreza, assim foi Collor em 1989 e em 2002, com Lula da Silva. A desorganização da sociedade, aliada ao fato de dois terços da população ser analfabeta funcional, a inexistência de partidos políticos verdadeiros alimenta a esperança da chegada do Messias salvador. O brasileiro médio vive o irônico poema de Kalil Gibran: “vamos viver o presente/ o passado já se foi/ o futuro é uma incógnita”.

Nas últimas manifestações do “clamor das ruas” que invade o país, muitos dos seus integrantes até meses atrás eram convictos defensores dos lulopetismo. Inclusive em amplos segmentos da desorientada classe média. A inflexão não ocorreu por razões de princípios, coerência, ou em nome de um projeto nacional, mas pela explosão do festival de incompetência e corrupção que vitimou todos.

Agravada pela recessão econômica, pela inflação, pelo desemprego e perda do poder aquisitivo que invadiu majoritariamente o orçamento familiar. Há uma década, em artigos, diagnosticava a irrealidade em que vivíamos. Era chamado de pessimista. Ao que respondia: “o pessimista é o otimista bem informado”.

A conta agora chegou e é salgada. O que fazer? A saída seria um grande pacto nacional, se houvesse estadistas comprometidos com o futuro. Infelizmente o deserto de idéias vem sendo vitorioso, demonstrando que no Brasil situação e oposição se equivalem na visão de curto prazo. Deveriam aprender a lição que vem da Grécia: a vontade política irresponsável não extingue a realidade econômica.





Por Helio Duque
Doutor em Ciências, área econômica, pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Foi Deputado Federal (1978-1991). É autor de vários livros sobre a economia brasileira.

As habilidades de Dilma


É preciso acabar de uma vez por todas com a lenda segundo a qual a presidente Dilma Rousseff enfrenta imensas dificuldades políticas porque não é afeita ao varejo das negociações com o Congresso e porque ela tampouco se anima a se expor aos eleitores em busca de popularidade. O desastre de sua presidência não resulta dessas características, e sim de sua incontestável incapacidade de diagnosticar os problemas do País e de ministrar-lhes os remédios adequados. A esta altura, a maioria absoluta dos brasileiros, de todas as classes sociais, já se deu conta de que o problema de Dilma não é sua reclusão ou sua ojeriza aos políticos, mas simplesmente sua incompetência. Prometeram-lhes uma “gerentona” e lhes entregaram uma estagiária.

Portanto, tende a ser inútil a mais nova ofensiva de comunicação planejada pela assessoria da presidente com o objetivo de reverter o mau humor do País em relação ao governo petista. Inútil porque, enquanto se tenta mostrar uma Dilma mais “humana”, que é o que pretendem os marqueteiros do Planalto, conforme revelado em recente reportagem do Estado, os problemas concretos que resultam de sua má gestão continuarão a assombrar os brasileiros na vida real, especialmente o desemprego, a queda da renda e a inflação.

A mudança na comunicação de Dilma é tratada como questão de urgência urgentíssima, pois a pressão sobre a presidente é intensa. Estão programadas para o dia 16 de agosto manifestações que, a julgar pela pronunciada queda de popularidade da presidente, devem ter grande afluência e visibilidade. Além disso, crescem as suspeitas de que as falcatruas constatadas pela Operação Lava Jato podem ter ajudado a irrigar as campanhas eleitorais petistas, inclusive a de Dilma. E há também a percepção de que a irresponsabilidade fiscal da presidente ao longo de seu primeiro mandato, maquiada por truques contábeis, pode resultar em um processo que comprometa de vez o seu mandato. Tudo isso se dá em meio à certeza de que sua base no Congresso é apenas nominal, não representando nenhuma garantia de sustentação, especialmente em meio ao azedume da opinião pública nacional com o espantoso escândalo de corrupção na Petrobras e com o desastre na economia.

Anuncia-se que o novo arsenal de comunicação de Dilma incluirá a participação da presidente em programas populares de TV e também a criação de um site chamado Dialoga Brasil, em que ministros responderão a dúvidas, sugestões e críticas dos internautas sobre programas do governo. Além disso, Dilma pretende fazer um giro por cidades do Nordeste com a difícil missão de tentar demonstrar que ainda tem popularidade – ela teve expressiva votação na região na eleição de 2014, mas mesmo lá, segundo as últimas pesquisas, a desaprovação a seu governo disparou.

As recentes tentativas de Dilma para melhorar sua imagem foram feitas a partir de iniciativas pessoais, com resultados embaraçosos – ela chegou a saudar a mandioca e a elogiar a “mulher sapiens” em um discurso. Além disso, ao dizer que defenderia seu mandato “com unhas e dentes”, Dilma trouxe o tema do impeachment definitivamente para a pauta política. Até os áulicos da presidente consideraram essas manifestações desastrosas.

Agora, porém, a mobilização do Planalto parece se dar de acordo com as diretrizes de seu padrinho, o ex-presidente Lula, que várias vezes cobrou de Dilma que viajasse mais pelo País e encostasse “a cabeça no ombro do povo” para ouvir suas queixas. Lula também pretende viajar pelo Nordeste e convencer os movimentos sociais a se mobilizar na defesa de sua afilhada. A estratégia para “vender” um governo ativo, com uma “agenda positiva”, foi combinada por Lula com Dilma em um encontro no Alvorada na semana passada, segundo o jornal O Globo.

Dilma, Lula e os petistas agarram-se assim à crença de que basta melhorar a comunicação com os eleitores para que esse combalido governo comece a respirar e a dar a volta por cima. De fato, a atividade política é baseada em imagem, marketing e slogans, mas, como mostram as agruras de Dilma, só isso não é suficiente: se a embalagem do produto vendido estiver vazia, o consumidor se sentirá enganado e não tornará a comprá-lo.




Editorial do Estadão - 28/07/2015

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Projeto Evangelho & Cidadania - RÁDIO WEB

projetoevangelhoecidadania

Lula engata o modo psicopata para dourar o discurso de desespero


Como sempre, as avaliações de Lula são feitas para testar os limites da credulidade de seus zumbis.

Tanto Marina Silva quanto o PSB mostram que na hora de escolher entre a democracia e o totalitarismo, ficam com o segundo.



No Sindicato dos Bancários do ABC, o ex-presidente Lula, prestes a ver o sol nascer quadrado, mostrou-se ainda mais desesperado que o costumeiro dos últimos meses. Logo ele, cujo partido bate recorde de mentiras, se disse “cansado das mentiras e safadezas”. O mestre do cinismo quer nos convencer de que as pedaladas fiscais, a corrupção na Petrobrás e o estelionato eleitoral são antes invenções da oposição do que fatos do mundo, comprováveis empiricamente.

O livro Without Conscience, de Robert Hare, nos lembra de um detalhe fundamental: os psicopatas são caracterizados, dentre muitos outros fatores, por se fingirem de vítimas quando são pegos. Nessa toada, Lula faz seu draminha patético:

O que a gente vê na televisão parece os nazistas criminalizando o povo judeu.

Ah, parece, Lula? Então nada melhor que este vídeo mostrando quem realmente se comporta feito nazista. Aliás, há apenas duas diferenças entre o nazismo e o petismo: (1) a classe definida como “opressora” pelo nazismo era a judaica, no caso do PT são várias, de acordo com o marxismo cultural, (2) o nazismo fez tantas vítimas por ter conseguido o poder totalitário e ter criado um cenário de caos social absoluto, o que lhes serviu para facilitar seus massacres, e o petismo ainda não conseguiu concretizar suas ambições.

Mas, seja lá como for, o vídeo abaixo fecha a questão, não com as diferenças, mas com as semelhanças entre o nazismo e o petismo:


Este vídeo merece ser viralizado, com certeza.

Já o show de absurdos prossegue incansavelmente:

Não tem pessoa com caráter mais forte nesse País que a Dilma.

Ele realmente está tirando com a cara do povo. Quer dizer então que não há “caráter mais forte” neste país do que a Dilma? O problema é que tirando os mamadores de tetas estatais e seus zumbis, tornou-se jogo ruim tentar convencer o povo brasileiro de que Dilma não tem falhas de caráter, principalmente depois da campanha política mais mentirosa da história, o que futuramente se exibiu como um grotesco caso de estelionato eleitoral, exatamente o ponto que tem derrubado mais a popularidade da presidente.

Em suma, é difícil encontrar falhas de caráter nesta dimensão no resto do Brasil. Se Dilma é um “exemplo de caráter” para Lula, isso explica muita coisa. E se no Brasil não há “caráter mais forte” do que ela, então é melhor fechar este país de uma vez, pois estaríamos em situação pior do que no filme Mad Max. Mas, como sempre, as avaliações de Lula são feitas para testar os limites da credulidade de seus zumbis. Ele com certeza morre de rir depois de proferir suas bravatas.

Como não poderia deixar de ser, ele conclui com o clichê, dizendo que a elite não gosta do PT por causa das conquistas sociais:

Sei que é difícil para parte da elite brasileira aceitar certas coisas […] Tudo que é conquista social incomoda uma elite perversa.

Que conquistas sociais, Lula? Com indicadores falsos, tudo não passa de alegação sem provas. Alias, se existisse uma conquista social verdadeira, a elite estaria em festa, pois pessoas com maior poder de compra podem comprar mais. Não existe mito mais inconvincente do que aquele que diz que “elite quer ver o pobre cada vez mais pobre”, o que seria, antes de tudo, uma burrice extrema. Os pobres dos Estados Unidos e da Europa, por exemplo, podem comprar muito mais.

Mas, em termos de elite, que tal lembrarmos dos vários empresários das empreiteiras, que fizeram a festa com verba estatal, hoje vendo o sol nascer quadrado? Ou seja, a elite ama o PT, não por “conquistas sociais” inexistentes, mas pelas tetas estatais rosadíssimas colocadas à sua disposição.

Que vergonha para um país ter sido governado por um sujeito como Lula.


Marina Silva apela ao embuste para defender Dilma

Depois de ter sido surrada feito cachorro ladrão, além de vítima de um verdadeiro assassinato de reputações por parte do PT durante as eleições de 2014, Marina Silva parece ter sido acometida pela Síndrome de Estocolmo, passando a amar seus agressores. Agora foi além, apelando aos embustes mais cínicos para defender Dilma. Observe o que ela diz, conforme o UOL:

Aqui no Brasil está todo mundo feliz de dizer que a culpada pela corrupção é a Dilma. Quando a corrupção virar um problema nosso, criaremos instituições para coibi-la.

Não, ninguém está “feliz” de dizer que a culpada pela corrupção é a Dilma. Mas é um fato que a protegida de Lula foi ministra de Minas e Energia, além de chefiar o conselho da Petrobrás durante quase todo o mandato do Brahma (ou seja, tinha acesso total a quaisquer dados). Marina não pode duelar com os fatos sem ser chamada de tapeadora. O problema da corrupção não é “nosso”. Ele pertence ao PT, e, conforme os fatos nos demonstram, também à Dilma. Ademais, podemos criar milhares de instituições. Isto não muda os fatos sobre o papel executado por Dilma na Petrobrás.

Ela prossegue:

Não é sustentável acharmos que a corrupção é o problema de uma pessoa, de um grupo ou de um partido.

Quanta canalhice!

Não estamos falando “da corrupção”, que é um problema do estado inchado brasileiro. E que devemos corrigir, tanto quanto possível. Mas estamos falando da corrupção na Petrobrás. Decerto não é o problema de “uma pessoa”, mas quem chefiou o conselho da Petrobras e é presidente do partido detentor das chaves do cofre deve ser apontado.

A tática de Marina é bem simples: ninguém pode apontar qualquer problema se não estiver tratando o todo. Imaginemos o que seria uma sociedade com a moral marinista: um estuprador não pode ser acusado de um estupro que tenha cometido, uma vez que “o estupro não é problema de uma pessoa”.

É isso aí: hoje em dia, tanto Marina Silva quanto o PSB mostram que na hora de escolher entre a democracia e o totalitarismo, ficam com o segundo.

P.S.: Alguns poderão dizer “Ei, Luciano, você chegou a apoiar a Marina no primeiro turno contra Dilma”. Sim, da mesma forma que eu apoiaria o Capiroto contra Dilma. Isto não muda em nada o status deplorável das palavras desonesta de Marina para proteger Dilma.




Por Luciano Ayan