quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Não peça mais polícia, peça mais educação


Por Prof. Claudio Duarte (*)

É desejo de todos, creio, viver em um país mais justo, e, da convicção de que uma educação de qualidade, disponível para todos os brasileiros, é o único caminho para alcançarmos a justiça social, nasce esse discurso.

Estou convicto de que o baixo nível de escolaridade no Brasil é o maior responsável pelos índices de segurança/violência, desemprego e saúde pública. Para mudar essa realidade e ampliar as possibilidades e oportunidades de cada brasileiro – de toda a sociedade, afinal – como um todo, é preciso que a educação tome o centro dos acontecimentos, como a primeira das preocupações e objeto de desejo de todos os brasileiros.

Queremos políticas efetivas de melhoria da qualidade do ensino e acesso à produção cultural, para ampliar o universo e dar ao cidadão, instrumental necessário para se desenvolver e se posicionar em condição de igualdade na sociedade e no mercado de trabalho.

E este é um movimento que não se faz sozinho, pois requer a colaboração e participação do maior número de pessoas. É imprescindível mobilizar toda a sociedade para que a situação da escola e a qualidade do ensino em cada comunidade sejam faladas e debatidas e que passem a fazer parte do dia a dia de cada brasileiro. Para isso propnho começar com o mais simples, com o que está mais próximo de nós: olhar com mais atenção os cadernos e livros de nossos filhos, ir às reuniões de pais e mestres, estimular os pais dos colegas dos nossos filhos a também participar das reuniões na escola. Estarmos próximos à escola de nossos filhos, acompanhar melhor o que acontece, conhecer os seus problemas e as suas necessidades e contribuir nas soluções também são passos importantes.

Podemos mais! Podemos atentar também para a realidade dos nossos colegas de trabalho, familiares, vizinhos e amigos próximos. Podemos orientar e inspirar essas pessoas para a importância de valorizar a educação, manter seus filhos estudando e acompanhar o seu desenvolvimento escolar.

E mais ainda! Podemos falar de educação na nossa empresa, nos indignarmos e nos mobilizarmos para que os funcionários analfabetos ou semialfabetizados tenham a oportunidade de estudar. Podemos influir para que a nossa empresa estabeleça uma política de estímulo a fim de manter estes funcionários e seus filhos e na escola.

Vamos colocar a educação na agenda do Brasil! Sabemos que é possível! E quando isso acontecer, façamos com que os governantes compreendam que educação de qualidade é vontade e aspiração legítima de cada eleitor e direito do cidadão, e não mera peça retórica de discurso político.

Que tenhamos a certeza de que em nossas pequenas ações de todos os dias estaremos construindo um Brasil mais justo.


(*) Editor do Jornal Evangelho & Cidadania
      Professor e teólogo
      Graduado em História e Pedagogia
      Pós-graduado em Psicopedagogia 

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