quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Estagflação: culpa é de Dilma. Ou: Pessimildo será um Pangloss se o PT vencer



Por Rodrigo Constantino

Quem acompanha o blog sabe que responsabilizo Dilma pelo cenário lamentável de estagflação em que vivemos. A nossa crise não tem raiz alguma externa, seja de uma suposta crise internacional, seja do clima. É fruto de péssimas escolhas da equipe econômica liderada pela própria presidente Dilma.

Mas os petistas jamais assumiriam a responsabilidade por seus atos. Não seriam petistas se o fizessem. Por isso precisam criar bodes expiatórios o tempo todo. Culpa dos banqueiros, da falta de chuva, da economia mundial, dos pessimistas. Esses, coitados, estavam certos, mas mesmo assim mereceram um boneco criado pela campanha petista para ridicularizá-los. Nasceu o “Pessimildo”.

Só que o Pessimildo não tem culpa de nada. Ao contrário: se seus alertas tivessem sido escutados, hoje poderíamos estar crescendo uns 4% ao ano com inflação de 4,5%, em vez de termos uma economia estagnada e uma inflação acima de 6%.

Para trazer a verdade à tona, o economista Alexandre Schwartsman criou em sua coluna de hoje a “Pessidilma”. Essa, sim, é a maior responsável pelos problemas econômicos que assolam a classe média hoje, e amanhã irá cobrar alto preço das classes mais baixas também, pois seus empregos se encontram ameaçados. Conclui o ex-diretor do Banco Central:

Em outras palavras, a falta de disposição para combater a inflação e a aceitação tácita que bastaria mantê-la levemente abaixo do limite superior para poder decretar vitória nos colocaram numa situação delicada. Para evitar chegar a patamares superiores ao permitido no fim deste ano, o governo recorreu a controles de preços e câmbio, com consequências adversas para nosso crescimento.

A culpa, portanto, não é do “Pessimildo”, mas da “Pessidilma”, a gestora iluminada que, por sua conta e risco, abandonou o bem-sucedido regime macroeconômico que nos assegurava a estabilidade, obtendo em troca inflação alta e crescimento risível, uma combinação verdadeiramente inigualável. Vai para o trono ou não vai?

Quem responderá a essa pergunta é o eleitor brasileiro no dia 5 de outubro. Se Dilma continuar no “trono”, com suas trapalhadas econômicas, então o Pessimildo satirizado na campanha do PT parecerá um Pangloss de tão otimista daqui a quatro anos, quando a desgraça for muito maior do que os “pessimistas” apregoam. Acorda, Brasil!

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