quarta-feira, 10 de setembro de 2014

A importância da mulher na política



Por Ana Glória Dias da Silva (*)

As políticas públicas precisam avançar para proteger o bem-estar da população, e só é possível proteger o povo e seus interesses garantindo os seus valores de liberdade e igualdade. O exercício da cidadania se dá através de tudo em que trabalhamos a favor da coletividade a que pertencemos, garantindo os direitos e favorecendo o cumprimento dos deveres e, dessa forma, devemos ajudar a construí-la.

Praticá-la não é apenas eleger seu representante, mas também rejeitar, protestar, cobrar melhores condições para toda comunidade. Somos muito mais que eleitores, na verdade, somos corresponsáveis pelo presente e futuro que almejamos.

A vida é o bem maior de todos, isso deveria ser tratado com respeito e seriedade, porém o que vemos no dia a dia é o mais profundo descaso, despreparo e negligência por parte de nossos governantes.

Nós, mulheres, podemos interromper esse ciclo destrutivo e perverso, e para isso devemos criar outros conceitos para novos valores. A humanização das relações, a diversidade cultural e a inclusão social devem prevalecer como prioridades. O bem-estar de uma comunidade deve estar acima de qualquer interesse político ou partidário e até acima do bem-estar individual.

Com a política de cotas, implantada a partir da eleição de 1996, ou seja, há 18 anos, esse cenário já poderia estar diferente, mas o conceito de paridade ainda está muito longe de ser alcançado no Brasil. As mulheres representam apenas 13,3% do total de eleitos.

Em 20 anos o avanço foi, em média, de 1% no percentual de eleitas a cada eleição, neste ritmo, a paridade de gênero nos espaços do poder vai demorar 148 anos no Brasil. Para alterarmos o cenário de forma contundente temos de participar e trabalhar para fazer parte da vida política.

É impossível atingirmos políticas públicas de qualidade sem mudança. Se não mudarmos a nossa mente, não conseguiremos mudar nada. A baixa participação feminina na política não corresponde ao papel que as mulheres desempenham em outros campos de atividade, somos maioria, já ultrapassamos os homens em todos os níveis de Educação e conhecimento.

A exclusão feminina da política é a última fronteira a ser revertida, sendo que esse deficit da mulher em todos os seus níveis não faz justiça à contribuição que as mulheres dão à sociedade.


(*) médica, engenheira da computação, MBA em Gestão Empresarial pela FGV e pesquisadora da mudança de paradigma humano

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