domingo, 28 de setembro de 2014

Sinais de uma igreja viva - Resenha



Sinais de uma igreja viva

Por Wagner Brito.

Considerado uma das mais expressivas vozes da Igreja Evangélica contemporânea, o inglês John Stott nasceu em 27 de abril de 1921. Foi um agnóstico até 1939, quando ouviu uma mensagem do reverendo Eric Nash e se converteu ao cristianismo evangélico. Escritor, pregador e evangelista, temos em português várias de suas obras, entre elas Cristianismo Básico, Ouça o Espírito, Ouça o Mundo, Mentalidade Cristã e vários comentários bíblicos da famosa série A Bíblia Fala Hoje, como A Mensagem de Gálatas, Contracultura Cristã, Tu, Porém.

Stott serviu como pastor da Igreja Anglicana All Souls no centro de Londres, como capelão honorário da rainha Elizabeth, líder da Aliança Evangélica Britânica. Foi preletor do Congresso de Evangelização Mundial em Lausanne, na Suiça em 1974 onde ficou mundialmente conhecido e posteriormente serviu como membro do comitê do movimento de Lausanne.

Stott já esteve várias vezes na América Latina e foi um dos incentivadores na fundação da Fraternidade Teológica Latino Americana (FTL). Sua influência na formação de líderes latino americanos foi muito mais além do que seus livros. Hoje a fundação John Stott provê livros e material acadêmico aos pastores do Terceiro Mundo, financiando bolsas de estudos e pesquisa.
No capítulo 1 A igreja Primitiva o autor faz uma analogia entre a igreja primitiva e a igreja contemporânea e traz a realidade da igreja primitiva para os dias de hoje, uma igreja viva, cheia do espírito Santo, deve ter a mesma perspectiva da igreja primitiva. Como cristãos estamos unidos pelo compromisso com Cristo e com a igreja de Cristo. Lucas em Atos 2.42-47 nos deixa quatro marcas de uma igreja avivada, cheia do espírito de Deus. A primeira marca é o ensinamento apostólico, uma igreja cheia do Espírito Santo é uma igreja que busca conhecimento, é uma igreja que não quer somente sentir, mas quer ter conhecimento da palavra de Deus, e este conhecimento apostólico adquirimos hoje por intermédio do novo testamento.

Para Stoott, “Uma igreja cheia do Espírito é uma igreja bíblica, uma igreja neotestamentária, uma igreja apostólica.” A segunda marca é a comunhão e a ajuda mútua, muitos ao lerem em Atos que os cristãos primitivos vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, se assombram e indagam e agora terei que repartir tudo que tenho? Outros preferem não discorrer sobre o assunto, mas para Stott o chamado a pobreza é voluntária e não é para todos, mas uma é a certeza o chamado para o amor esse sim é para todos nós, uma igreja cheia do Espírito Santo é uma igreja generosa, que ajuda o próximo.

A terceira marca é a Adoração prazerosa e reverencia a igreja primitiva perseverava em oração e no partir do pão, a igreja não era somente focada ao templo, mas também à comunidade. Havia reverencia, mas também a alegria do Espírito. E é isso que devemos trazer para os dias de hoje unindo a formalidade (templo) com a informalidade (culto nos lares) a alegria do Espírito Santo e a reverência. A quarta marca é a Evangelização continua, o próprio Senhor Jesus acrescentava as vidas das quais haviam de ser salvas, mas o testemunho diário de vida dos membros da igreja, o amor ao próximo e o ensinamento da palavra é um ponto forte na evangelização.

No Segundo Capitulo Stott ressalta o ministério apostólico que todos nós temos como cristãos, Stott também afirma que o termo apostolo é um termo restrito apenas para os 12 apóstolos de cristo, Paulo recebeu este chamado por Jesus ressuscitado ter aparecido para ele. Hoje não temos apóstolos (substantivo) mas podemos usar o termo apostolo como uma qualidade ministerial. A igreja esta no mundo mas não faz parte dele, a igreja vive tanto em Deus como no mundo, e esta foi chamada para ser separada e vive uma hoje uma ambigüidade ser santa e ser chamada para a santificação.
A igreja de Coríntios estava vivendo uma fase desunião e Paulo faz um apelo a igreja em nome de Cristo para que evitassem partidarismos pois na verdade quem morreu na cruz para salva-los havia sido Cristo. Assim como a igreja de Coríntios vivemos essa desunião entre os cristãos não somente por partidarismos, mas também por convicções teológicas, dons e muitas outras coisas. Porém uma coisa é certa enquanto a igreja contemporânea vive em contendas almas vão se perdendo tanto fora como muitas vezes dentro da própria igreja.

No capitulo terceiro Stott fala sobre a cobiça do poder e hoje percebemos que ter poder e status atrai muitos homens, o púlpito é um lugar propenso para que isso ocorra e por mais sórdido que isso pareça muitos são os que esperam reconhecimento e fama por terem “dons” espirituais, ou por serem cheios do espírito. Porém a palavra é clara o poder de Deus se manifesta na fraqueza humana. (2Co 12.9). A imagem que os judeus tinham de Cristo não era a imagem que eles haviam idealizado, pois eles esperavam um messias que viesse em glória e poder que os tirassem das mãos dos romanos a força e na verdade não foi isso que ocorreu, Jesus morreu crucificado o que para eles era um sinal de fraqueza.

Já para os gentios a morte de cruz por Jesus era uma loucura, havia sabedoria nas palavras e nos ensinamentos de Cristo, mas morte de cruz para um romano era um ato horroroso e inconcebível. Para Stott, a cruz é tropeço para todos os que confiam no poder humano e em sua própria capacidade para se salvar. A nossa confiança deve estar em Cristo, pois em nossas fraquezas o seu poder se manifesta, temos que entender que quem cura e opera milagres é o Espírito de Deus em nós e ele opera da forma que deseja. 



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