sábado, 13 de setembro de 2014

10 razões para dizer em alto e bom som: hasta la vista, Dilma! Parte 6

Separamos 10 razões para você encarnar o Arnold Schwarzenegger e mandar um "Hasta la vista" para a atual presidente.


Com vocês, a 6ª razão para dizer em alto em bom som: “Hasta La Vista, Dilma!”.


6 – Guido Mantega

Guido Mantega talvez seja o maior expoente da mitomania, um transtorno psicológico caracterizado por contar mentiras compulsivamente, dando uma nova roupagem às falácias propagadas, tornando-as bem vistas aos olhos do público. Digamos que o nosso Ministro da Fazenda mente tanto, com tanta ênfase, que acaba tendo dificuldade em separar o que é verdade e o que é invenção. Essa prática é muito comum, principalmente no governo petista, porém, quando a dissonância cognitiva eleva-se à proporções megalômanas, torna-se extremamente complicado separar o diletantismo da lorota com intenções populistas.

Abaixo, segue a transcrição de uma entrevista dada pelo pai da Marina Mantega – talvez o único acerto do economista – à Revista Isto É Dinheiro em 2010. Deliciem-se com o gênio que comanda nossa economia. A vergonha alheia deixará vossas maçãs do rosto ruborizadas com tamanha perspicácia demonstrada em tão poucas palavras.


ISTO É: O nível de tributação no Brasil ainda é muito elevado. Não está na hora de uma mudança? O turista brasileiro que vai para Miami paga um décimo do valor cobrado aqui nos produtos que compra.

Mantega: Não acho que a carga tributária seja elevada. Ela tem caído. O que aconteceu é que as empresas estão pagando mais Imposto de Renda porque tanto a formalização quanto a fiscalização da Receita aumentaram. Quem já pagava, agora paga menos. O investidor e o empresário estão pagando menos. Há menos IPI, menos PIS/Cofins, para alguns setores. Reduzimos o prazo de depreciação dos equipamentos. Também reduzimos a apropriação do prazo do PIS/Cofins. Temos desonerado bastante.


Alguém entendeu alguma coisa? A carga tributária tem caído, mas as empresas estão pagando mais imposto de renda. Trocando em miúdos, o governo confisca dinheiro do setor privado, a arrecadação sobre e a carga tributária, como em um passe de mágica, cai. Brilhante!

O Brasil tem a 2ª maior carga tributária da América Latina e continua sendo uma das mais altas do mundo - 36,03% do PIB.

Parece que aos olhos do ministro, a carga tributária ainda não é tão elevada. Significa? Significa.


ISTO É: Qual é o efeito cambial?

Mantega: A desvalorização do dólar é de mais de 50%. Então, lá fora tudo fica mais barato. Há um desespero dos produtores. O pavor de Ben Bernanke, presidente do Fed, é a deflação. Além do mais, os Estados Unidos não produzem mais nada, trazem tudo de fora. Por isso fica barato. Foi assim que desestruturaram a indústria. Não queremos isso aqui. O câmbio é a maior arma comercial que nós temos hoje.


Segundo o gênio da lâmpada, o dólar estava desvalorizado em mais de 50%. Qual a relação? Em relação a qualquer outra moeda não pode ser. Em regimes de câmbio flexível não existe desvalorização ou sobrevalorização de uma moeda em relação a outra. O câmbio é determinado pelo poder de compra de cada moeda.

Se resolvem desestruturar a indústria “trazendo tudo de fora” e consequentemente “tudo fica barato”, como podem os americanos, com o dólar desvalorizado em 50%, fazer com que importações sejam baratas a ponto de desestruturar sua indústria? Seria o contrário, neste caso; o dólar elevaria o preço das importações para os americanos em 50%. O ministro encerra, afirmando que a maior arma que temos é o câmbio, ou, deixando de lado o economês, a aplicação de manipulações cambiais para impedir que o povo brasileiro adquira produtos estrangeiros de melhor qualidade por um preço bem menor. Óbvio, não? Parece que não. Hoje, até o óbvio merece explicação.


ISTO É: E o que o governo pode fazer para atacar esse problema?

Mantega: O governo tem de atuar no câmbio, e estamos fazendo isso. Não dá para fazer milagre. Tanto os Estados Unidos quanto a Europa estão com a moeda desvalorizada. Vários países têm juro real negativo. Estamos com o câmbio melhor do que antes, porque tomamos medidas eficazes, como o IOF. Tomamos medidas de defesa comercial, como o IPI dos carros. A importação já está caindo.


O que determina a taxa de câmbio é o poder da moeda, logo, o que ele reitera nessa resposta em relação a “atuar no câmbio” não faz sentido algum.

As últimas duas frases são emblemáticas: na primeira ele contradiz o que já havia afirmado sobre o IPI na primeira pergunta feita pela revista. Na frase final, ele comemora o fato de ter dificultado as transações comerciais voluntariamente feitas por brasileiros. Para o ministro, não ter acesso a produtos importados, de melhor qualidade, é um dádiva e um dos vários pontos positivos da sua administração. Enfim… Os brasileiros devem ser penalizados por preferirem produtos melhores e mais baratos.


ISTO É: As montadoras podem subir o preço? Há acordo para evitar isso?

Mantega: Quando aumentamos o IPI, fizemos um acordo para não subir os preços. Se subir, a gente reverte. Não permitiremos que o consumidor brasileiro seja prejudicado.


Tá “serto”! Aumentar o IPI em 30 pontos e encarecer em até 75% os veículos importados é uma ajuda e tanto ao povo brasileiro. Muito obrigado, ó onisciente Mantega!


ISTO É: Os preços não cairiam mais para o consumidor se o mercado fosse livre?

Mantega: Se o mercado fosse livre, iria acabar com a indústria nacional. Só haveria produção na China, na Coreia, e o Brasil se tornaria só um grande importador. Voltaríamos ao Brasil da Primeira República.


Segundo nosso queridíssimo ministro, só existem livres mercados na China e na Coréia. Por quê? Se Coréia e China ganham com o livre comércio por que cargas d`água não podemos ter um sistema semelhante no Brasil? Somos tão idiotas e incompetentes assim? Se realmente tivermos que concorrer com os tigres asiáticos, apresentando produtos de qualidade com eficiência, vamos tomar um coro, segundo o ministro. Infelizmente ele deixa claro que não temos capacidade intelectual, produtiva e disposição para arregaçar as mangas e trabalhar duro. Pela sua ótica, trancar nossa economia é a melhor forma de proteger a indústria nacional. Uma pena o ministro pensar assim, já que o seu diagnóstico conflituoso pede remédios amargos, com resultado prático pífio. Placebo no organismo dos outros é refresco, não é? Alguém aí poderia avisar o digníssimo que o responsável por dilacerar a indústria nacional não é o livre comércio, mas sim:

cCarga tributária (IRPJ de 15%, mais uma sobretaxa de 10% sobre o lucro que ultrapassa um determinado valor, mais CSLL de 9%, mais PIS de 1,65%, e mais COFINS de 7,6%), inflação monetária (aumentar artificialmente o lucro das empresas faz com que o volume de impostos que elas são obrigadas a pagar aumente na mesma proporção, acabando com seus recursos, além de encarecer preços dos bens de capital e diminuição na capacidade de investimento), burocracia, encargos sociais e trabalhistas e os sindicatos.

Será que a culpa é mesmo do livre mercado?


ISTO É: Qual é a sua visão sobre o futuro do capitalismo?

Mantega: O capitalismo precisa ser sempre reinventado. Onde está dando mais certo? Nos países que adotaram o capitalismo de Estado. Não vamos comparar o Brasil com a China, onde 80% da economia está sob controle do Estado. Mas o Brasil tem bancos públicos também, o Brasil tem financiamento público. O que está em crise é o capitalismo liberal clássico, o capitalismo da desregulamentação financeira, que nos levou a esta crise toda. Modestamente, acho que uma das formas mais eficientes de capitalismo é a do Brasil. É um capitalismo que traz diretamente benefícios à população. Estamos longe do modelo europeu de desenvolvimento, mas estamos a caminho de alcançá-lo.


Primeiro ele admite que o Brasil adota um modelo capitalista de Estado, depois afirma ser uma das formas mais eficientes de capitalismo e finaliza indicando o Brasil como um modelo a ser seguido.

Capitalismo de Estado nada mais é do que uma aliança entre governo e grupos de interesse, promovendo a transferência de riqueza e status. Partes influentes da sociedade contam com privilégios especiais, sempre à custa do imposto alheio.

Portugal, Espanha, Itália e Grécia, países que o ministro afirma encontrarem-se no apogeu do modelo de desenvolvimento, estão com seus estados inchados e o assistencialismo crescente levou-os praticamente à bancarrota. Será que esse é o modelo que está dando certo mesmo?

Por fim, ele afirma que “o capitalismo precisa ser reinventado”. Seria o mesmo que dizer que os primeiros designers da roda erraram a mão. A roda deveria ser quadrada, o pá!

Se o nosso ilustríssimo ministro ainda não sabe, o capitalismo é um arranjo espontâneo que surgiu das trocas voluntárias entre os indivíduos e da divisão do trabalho. Não permite reinvenção. Os adeptos da engenharia social já fizeram um péssimo trabalho ao tentar adivinhar qual seria esse futuro utópico para os seres humanos. Esse modelo materialista adicionado à dialética helegiana não só NÃO trouxe benesses à sociedade, como iludiu todos os seus adeptos com a proposta de implantação de um modelo de “mundo dos sonhos”, impraticável. Contudo, Guido Mantega vem trabalhando para encontrar esse pote de ouro no final do arco-íris. Por hora, esse pote de ouro é produzido em larga escala, artificialmente, pelo Banco Central.

“Prefiro morrer queimado a ter que ler isso novamente. Burn, baby, burn!”



Fonte: Spotniks (conteúdo)

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