O trabalhador espera algo melhor do governo federal.
Todo trabalhador tem direito a um reajuste anual do salário mínimo e o valor para este ano é de R$ 724 e começou a vigorar em 1º de janeiro. O valor representa um reajuste de 6,62% em relação aos atuais R$ 678,00. O anuncio do valor que será pago a partir este ano desanimou as pessoas que passam o dia realizando tarefas árduas e dependem de valores como este para se manterem. O novo reajuste passa a valer a partir de fevereiro próximo e são contabilizados pelo trabalhador até o 5º dia do mês subsequente. O reajuste de 6,78% faz parte da política de valorização do salário mínimo, iniciada pelo ex-presidente Lula em 2005, mas o salário mínimo foi instituído no Brasil pelo presidente Getúlio Vargas, através da lei nº 185 de janeiro de 1936 e pelo decreto-lei nº 399 de abril de 1938. O mesmo passou a vigorar a partir de 01 de maio de 1940, quando o decreto-lei nº 2162 fixou seus valores. De lá pra cá, o valor do salário-mínimo já sofreu uma série de reajustes. Os reajustes do salário mínimo baseiam-se no preceito constitucional de que o mesmo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transporte, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência. (Na verdade o salário mínimo no Brasil é uma piada). O trabalhador que depende exclusivamente dele reclama, como é o caso da dona de casa e zeladora Maria Aparecida, ela como grande parte das mulheres brasileiras, cria 3 filhos sozinha com um salário de R$ 724, na verdade, como tantas pessoas, sobrevivem deste valor.
Como é o caso da zeladora Maria Aparecida, 44 anos. Dona Aparecida, é separada e sozinha com R$ 724,00 reais cria três filhos “Eu falo para os meus filhos que a gente sobrevive com um salário mínimo, ninguém vive com 724 reais.” Lamenta dona Maria. A zeladora mora em uma quitinete de duas peças, no bairro Primavera III, paga R$ 250,00 de aluguel, restam R$ 474,00 para pagar água, luz, gás e alimentação para ela e mais quatro pessoas. “Sinto uma revolta muito grande, e falo para os meus filhos estudarem para não depender de tentar viver com um salário de miséria como este. É revoltante”. De acordo com ela, o prato principal da família, não passa do arroz com feijão e ovo, quando está na promoção. “Carne só uma vez por mês. Por que não dá mesmo.” Para a moradora, o ideal seria um salário, que pudesse oferecer um mínimo de condições digna ao trabalhador brasileiro.
Assim como dona Maria Aparecida, muitos brasileiros enfrentam essa mesma problemática. Famílias numerosas lotam pequenas casas, e “apertados” nos dois sentidos, levam uma vida sofrida, com grandes dificuldades e aos nossos olhos: passam fome!
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) calculou o preço da cesta básica em 18 capitais e estimou qual seria o valor do salário mínimo ideal e necessário para uma família brasileira viver de forma decente. Na última divulgação, referente ao mês de julho de 2013, o departamento estimou que o menor salário pago deveria ser de R$ 2.750,83 ou seja, bem longe de uma realidade do salário mínimo em vigor atualmente, de R$ 724. O cálculo é feito levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deva ser capaz de suprir as despesas de um trabalhador e sua família, como: alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência social.
De acordo com a Ministra do planejamento “O novo valor do salário mínimo aprovado dentro desse valor de 724 reais já está incorporando a regra de valorização dele, e tem sido uma importante política de alavancagem de renda das famílias no Brasil, o que tem nos levado a patamares de qualidade de vida muito superiores”, disse a ministra ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-RO). O valor do salário mínimo é calculado com base no percentual de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do ano retrasado mais a reposição da inflação do ano anterior pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O salário mínimo foi instituído em 1940, durante o governo de Getúlio Vargas.
Para o governo o salário mínimo pode ter tido um reajuste considerável para os cofres do governo, agora para pessoas como dona Maria que vive a dura e triste realidade de tentar sobreviver através de uma passe de mágica quase impossível com seus 724 reais, chega a ser pedir demais, chega a ser uma sobrevivência sub-humana para uma família com três filhos, dinheiro que provavelmente é usado como trocadilho por muitos políticos brasileiros. É minha gente, esse é o nosso país, chamado Brasil.
Fonte: Jornal Primavera do Leste

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