terça-feira, 2 de setembro de 2014

Eles querem rotular Marina Silva. Rotular para dividir


Matéria da Folha de São Paulo repercute o vídeo (no final) do pastor Caio Fábio com declarações esclarecedoras sobre Marina Silva.

O contexto da matéria é, obviamente, surfar nas especulações manipuladoras feitas por certos setores da imprensa e por alguns segmentos evangélicos.

De um lado, Marina Silva recebe ataques de alguns líderes evangélicos buscando "pelo em ovo" a fim de angariar algum dividendo político, ou tentar manipular votos evangélicos em favor de candidaturas -hoje esvaziadas- que estes líderes apoiavam antes da entrada dela na disputa. Pegos de surpresa pela avalanche de intenções de votos em favor de Marina, estes líderes já conjecturam a forma de buscar a aproximação com a candidata, nada afeita, como se sabe, aos modos, mecanismos e meios de troca costumeiros entre a maioria dos políticos e certo tipo de líder evangélico.

De outro lado, alguns setores da imprensa querem impingir em Marina a pecha "evangélica fanática", capaz de expor à lente religiosa decisões de natureza republicana. Estes são os mais perigosos manipuladores.

A ordem, portanto, é esmiuçar as posições de Marina Silva, não somente como reveladas em seu programa, mas em cada mínimo gesto, em cada relação de amizade, ou em cada ambiente de influencia. Uns buscando a evangélica descompromissada com as suas origens a fim de criticá-la junto aos de sua fé; Outros buscando evidencias capazes de impor à candidata o rótulo do messianismo talibã.

A matéria da Folha de São Paulo, de certa forma, inovou na sutileza da provocação e usou as declarações do pastor Caio Fábio, no vídeo a seguir, a fim de traduzir (e reduzir) o pensamento da candidata assembleiana e, novamente, buscando rotular Marina Silva de uma forma ou de outra: Seja um rótulo que a deprecie entre os evangélicos tradicionais; Seja um rótulo que provoque preocupação em outros setores da sociedade. Neste sentido, o jornal apresenta Caio Fábio como se fosse umas das principais influencias de Marina na Igreja, mas não sem antes emoldurar o pastor com um currículo recheado de posições polêmicas entre a maioria dos evangélicos e, claro, a mácula manipulativa do velho Dossie Cayman. 

Vale tudo. Se o rótulo de liberal colar, assusta o segmento mais conservador da igreja evangélica e católica. Se o rotulo de religiosa colar, assusta minorias em busca de seus direitos civis. O negócio é rotular, pois rótulo divide.


Marina não é o pastor Everaldo

Marina já deixou muito claro que a sua confissão de fé e suas posições religiosas não são o seu plano de governo. Marina não é o pastor Everaldo! E não vai ai nenhuma critica desnecessária ao nobre pastor, mas a proposta de Marina não é marcar posição como evangélica em uma eleição para presidente a fim de garantir dividendos políticos a serem usados em negociações futuras envolvendo interesses ou causas da cosmovisão dos evangélicos. Nada contra isto. Pode ser justo e útil cobrar uma posição do candidato líder em relação a liberdade religiosa, por exemplo. Todo segmento que busque se fazer representar ou ser ouvido têm as suas aspirações e demandas junto ao poder público e isto é legítimo e muito democrático. Mas não é este o caso. Isto seria um reducionismo descabido. Marina Silva é uma candidata com grande chance de vitória. Ela será eleita porque apresenta propostas coerentes com os anseios da maioria dos brasileiros. Marina será presidente dos brasileiros. E neste ponto, a matéria acerta ao citar Caio Fábio:

Ao descrever a influência da religiosidade nas posições da candidata, disse que Marina não tem "nenhum resquício de fanatismo". "Seus dogmas são pessoais. A fala dela é a do bom senso."

"É uma coisa idiota alguém pensar que o Brasil pode se tornar um Irã, um califado evangélico, um país evangélico taleban. Isso é idiotice, loucura e insanidade", complementou o pastor.


Marina quer governar para todos os brasileiros independentemente de raça, gênero ou religiãoMarina Silva já declarou diversas vezes que irá governar para todos os brasileiros independentemente de raça, gênero ou religião. Qualquer coisa fora disto é tentativa de manipulação seja do voto evangélico engajado com Marina, seja do voto de outros segmentos da sociedade preocupados com um eventual viés religioso do governo Marina. A candidata nunca agiu em sua vida pública,na sua atuação no legislativo ou no executivo, de outra forma que não fosse absolutamente republicana e coerente com a sua consciência. Qualquer coisa fora disto é manipulação.

No primeiro turno, a presidente Dilma Rousseff e Marina aparecem empatadas com 34% das intenções de voto. Mas a candidata do PSB leva vantagem entre os evangélicos pentecostais (41% a 30%) e entre os não pentecostais (44% a 29%). Isto preocupa muito o governo. Vem chumbo grosso. Atenção.




Fonte: Genizah Virtual

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