A fim de desvendar as motivações que levaram Leonardo Boff e a verdade sobre as acusações feitas, Genizah conversou com pessoas próximas a Marina Silva. Políticos, assessores e até religiosos. Coletamos testemunhos exclusivos de protagonistas da Campanha de Marina 2010 e de pessoas próximas.
Uma dos aspectos definidos pelos marketeiros de Dilma para alvejar Marina Silva é a sua confissão de fé. A proposta ardilosa do planalto é por em Marina a pecha de fundamentalista religiosa e a forma escolhida para obter o maior efeito negativo possível é construir a ridícula ameaça de um talibam evangélico. Sabemos que esta estratégia é capaz de causar grande estrago e obter apoio de setores da mídia. O recente entrevero com Marcos Feliciano, linchado pela mídia por quase um ano ilustra bem a tese.
Objetivando vender a imagem de uma Marina Silva "fanática religiosa" com os traços mais grotescos possíveis, a máquina de difamação petista recorre à figura polêmica de Silas Malafaia, sempre alvo de muito preconceito de setores da imprensa, desenhando, a partir deste, uma caricatura bizarra de Marina como um "Malafaia de Saias". Um perfil que não só garantiria o horror da sociedade intelectualizada anti-religiosa, mas, de tabela, causaria estrago no voto católico e entre os evangélicos históricos e progressistas. Da propaganda petista se espera tudo. Duro. Triste. Profundamente decepcionante é testemunhar Leonado Boff, que conhece à fundo o caráter e a trajetória de sua ex-amiga, Marina Silva, vender esta lorota grotesca. Causa ânsia de vômito.
As relações de Marina Silva na Igreja e a sua teologia
Genizah conversou com líderes evangélicos próximos a Marina Silva a fim de traçar um rápido perfil das influencias teológicas da assembleiana. O bastante para fazer-lhe justiça e aparta-la desta construção esdrúxula que o PT e seus lacaios na mídia querem emplacar.
Sem querer polemizar com qualquer grupo que seja da nossa mui diversa e amada Igreja Evangélica, visto que a marca da vivência cristã de Marina Silva é de grande diálogo e comunhão com muitos grupos distintos -há de se respeitar isto!- , é preciso pontuar que Silas Malafaia não é alguém com quem Marina dialogue com freqüência. De fato, até onde pudemos apurar, Marina não encontrou ou conversou com o pastor em nenhum momento recente. Tão pouco, foram feitos contatos via emissários ou articuladores propondo qualquer tipo de apoio formal à sua candidatura. Absurda, portanto, a estória promovida pela rede petista dando conta de que o pastor tenha influenciado alterações no programa de governo do partido da candidata (ref. a políticas para os LGBTs). Esmiuçamos este episódio (AQUI) . De fato, segundo apuramos, Marina Silva não conversa com Silas Malafaia há muito tempo, até porque, desde o segundo turno de 2010 há uma rusga no relacionamento dos dois, função da neutralidade de Marina Silva no segundo turno daquela eleição e outras criticas feitas a ela nos meses seguintes.
Marina Silva é hoje quase uma unanimidade na Igreja Evangélica. A candidata simboliza o desejo de mudança do país. Contudo, não é de hoje que ela agrega admiradores entre os mais diferentes grupos de evangélicos, em geral distantes e pouco dados a projetos coletivos. Marina, no que diz respeito a Igreja Evangélica, sempre foi protagonista de uma história rara de amplo diálogo entre os diversos movimentos. Ela tem fortes vínculos no meio pentecostal, a Assembleia de Deus foi a sua entrada na Igreja, mas também amizades sólidas com líderes do movimento apostólico, em especial, os mais fortes em Minas, no Nordeste e Norte do país, sua região de origem. Conta com o apoio e a amizade de Valnice Milhomens e se relaciona bem com Renê Terra Nova, que a apoiou nas últimas eleições e a apoia agora. Contudo, Marina também transita muito bem entre as igrejas históricas e é próxima de líderes presbiterianos, metodistas, batistas, luteranos, anglicanos e congregacionais - conservadores e progressistas (teologicamente falando). Há muitos líderes de igrejas históricas fazendo campanha para Marina. Em outros extremos, pastores intelectuais como Ed Rene Kivitz, Carlos Bezerra, Valdinei Ferreira e Caio Fábio são próximos da candidata. Marina também é figurinha carimbada em eventos da Missão Integral, patrocinados por Ariovaldo Ramos e outros. Enfim, Marina vai de A a Z na igreja Evangélica, diferentemente de sua vivência católica quando se relacionava mais com teólogos da teologia da libertação, com quem, mesmo depois de evangélica jamais rompeu: Sua antiga amizade com Leonardo Boff é evidencia disto.
Sobre Marina, todos os líderes dos movimentos citados concordam: é uma mulher de caráter e que sabe estabelecer limites claros entre a sua fé e sua carreira política. Marina não é de subir em púlpitos para pedir voto e não mistura as estações.
Boff falando economês e o Banco Central Independente de Lula
Disposto a oferecer em uma só peça a descontrução completa de Marina Silva, Boff ousa falar economêsem seu artigo / entrevista e, nesta empreitada beira o ridículo. Chama a SELIC de alíquota, confunde déficit com superávit, enquanto canta uma milonga substantivista recheada de trechos de velhos panfletos do partidão. Boff critica a independência do Banco Central, como instrumento de manutenção de uma política monetária responsável, como se a proposta significasse uma rendição ao capital estrangeiro e um retrocesso na luta de classes! Só faltou fazer oferendas a mãe-terra e dançar oquarup para Karl Marx. Delírios de um militante imbecilizado!
Leonardo Boff esquece que quem nomeia o presidente o BC, independente ou não, é o Presidente da Republica com a aprovação do Congresso e que estabilidade monetária é garantia das conquistas sociais, pois a inflação é o maior concentrador de renda que há. Contudo, para além das falácias de sua retórica sofista, esquece que o seu maior ídolo, Lula, foi o patrono, da experiência mais próxima de um Banco Central independente da história da nação brasileira. Isto mesmo! Lula implantou, sem discussão nacional ou qualquer acordo político, um BC independente, para todos os efeitos práticos, ao manter um nome de mercado, o tecnocrata, Henrique Meireles à frente do BC durante quase todo o seu governo (2003-2011) empoderando de tal forma a Meireles que o mesmo cogitou vôos políticos maiores. Em seu governo, Lula concedeu ao BC prerrogativas da gestão macroeconômica antes restritas ã Esplanada dos Ministérios e ainda tentou manter intacto este modelo na plataforma de campanha de sua sucessora, Dilma Housseff. Henrique Meireles só não seguiu mais além com Dilma porque, além de nutrir ambições políticas, sempre foi antipático ao estilo truculento e centralizador de Dilma desde quando esta passa a ser a ex-ministra da Casa Civil de Lula.
Meireles, com Lula, gozou de uma independência inédita à frente do banco Central. Seguiu a cartilha da ortodoxia com um esmero maior do que Arminio Fraga, gerente da economia do governo de seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso. De fato, o governo Lula se caracterizou pelo período de maior longevidade de um dirigente no BC desde a criação do banco.Os quase oito anos de independência do BC de Lula são período muito superior à permanência média dos diretores de bancos centrais independentes de outros países. Ainda hoje, o COPON mantem o seu modo operandis. Em resumo: O petista que critica a proposta de banco central independente, que vá chorar as suas pitangas com Lula, pois este é um projeto dele, tão e mais dele do que o Fome Zero ou o Bolsa Família! Está ai no governo do PT desde o dia da posse de Lula. E, cá pra nós, esta foi a tábua de salvação daquele governo.
Para que o leitor menos inteirado do noticiário econômico perceba o quão semelhante é a proposta de política econômica (e papel do Banco Central) do governo Lula com a proposição de Marina Silva é que foram dados claros sinais de que o próprio Henrique Meirelles pretende declarar o seu voto a Marina Silva. E, segundo informação da coluna de Mônica Bergamo, Lula foi chamado a intervir a fim de evitar este desastre capaz de não apenas desmascarar a retórica idiotizante da militância petista, mas conquistar votos indecisos de eleitores em potencial de Aécio Neves para Marina, enquanto sinaliza aos eleitores do próprio PT que se está diante da volta da política econômica responsável que garantiu os melhores anos do Lulismo, política esta que, Dilma, na sua mastodôntica incompetência, irresponsavelmente desbaratou. Diante do exposto, a critica econômica de Leonardo Boff parece patética, ou o que?
Fonte: Genizah Virtual

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