sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Banco Central mantém taxa Selic em 11%

Banco Central mantém taxa Selic em 11%

Comitê de Política Monetária (leia-se governo Dilma) manteve a mesma taxa de juros pela terceira vez consecutiva. Próxima reunião será após eleições




O Comitê de Política Monetária do Banco Central resolveu manter a taxa Selic em 11% ao ano. É a terceira vez que a taxa de juros não sofre alterações, após uma sequência de nove altas, iniciadas no ano passado.

A expectativa de manutenção da taxa de juros era aguardada pelo mercado, em razão dos indicadores de crescimento da economia nacional e após dois trimestres seguidos de queda do PIB do País. O BC considerou a manutenção dos juros devido a evolução do cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação. O próximo encontro do Copom está marcado para os dias 28 e 29 de outubro, logo após o segundo turno das eleições.

Para o professor do Departamento de Economia Aplicada da UFC, Almir Bittencourt, a estagnação da economia brasileira tenderá a manter a taxa de juros estacionada até o final do ano. “Com o quadro de baixo crescimento, não há condições de o Copom elevar a Selic. Isso acarretaria numa maior retração da economia no semestre”, afirma.

Já o economista Pedro Raffy acredita que a Selic passará por aumento em 2015. Segundo ele, o Governo terá de fazer um novo rearranjo para conter a onda inflacionária. “A depender de quem ganhe a eleição, terá de lidar com uma nova política voltada para o centro da meta inflacionária”, comenta.

Este ano, a Selic subiu em janeiro, fevereiro e abril, quando foi ajustada de 10,75% ao ano para 11% ao ano. Nas reuniões de maio e julho, a Selic foi mantida no atual patamar.

A taxa Selic é usada pelo BC para manter a inflação oficial na meta determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5% no ano, com tolerância de dois pontos percentuais, não podendo ultrapassar 6,5%.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses está em 6,5% até julho, e nas projeções do boletim Focus (resultado de pesquisa semanal com instituições financeiras), divulgado pelo BC na última segunda-feira, o IPCA encerrará 2014 em 6,27%.

Apesar de ajudar a segurar a inflação, o aumento da taxa Selic prejudica o reaquecimento da economia, que cresceu 2,3% no ano passado. Segundo o boletim Focus, do Banco Central, a projeção é que o PIB tenha alta de 0,56% em 2014.

A taxa de juros é apontada pela iniciativa privada como um dos motivos pelo baixo índice de investimentos em diversos setores. No segundo trimestre, os investimentos em máquinas para produção, agropecuária, transporte, construção civil e energia tiveram retração de 5,3%,.



Fonte: O Povo online

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