sexta-feira, 17 de julho de 2015

O roubo político é ainda pior que o comum: os fins "nobres" não justificam os meios nefastos!

                                                             Ele matou e roubou em nome do povo. Isso é agravante, não atenuante!

Que alguém, para defender o PT, precisa ter algum desvio de caráter, isso acredito que todos com um pingo de caráter já perceberam. Mas há uma categoria de gente sem caráter que pensa ter caráter, que realmente acha não ter abandonado a ética, pois condena a corrupção para benefício individual, mas apoia os desvios em nome da causa.

Essa gente segue a velha máxima comunista de que os fins “nobres” justificam quaisquer meios, por mais nefastos que sejam. Roubam, portanto, com consciência limpa, pois “sabem” estar do lado certo da História, e não será o “moralismo burguês” que vai impedir a conquista da utopia.

Para esses defensores da “justiça social”, não foi a ética que acabou rasgada, mas apenas a “ética burguesa”, coisa de classe média alienada. Se o soldado da causa desviou recursos públicos, precisou meter a mão na lama por causa do “sistema”, mas fez isso tudo para ajudar a perpetuar o partido no poder e, com isso, avançar rumo ao socialismo “maravilhoso”, então ele está não só perdoado, como será enaltecido como herói.

Esse foi o tema do importante artigo de Nelson Motta hoje no GLOBO. Um artigo que precisa ser lido, pois revela essa mentalidade, típica da esquerda nacional, que tão mal faz à nossa democracia. Os bandidos comuns são menos perigosos do que os “revolucionários” da causa socialista. Diz o autor:

Posso até acreditar que João Vaccari não ficou com um tostão dos pixulécos milionários que arrecadou para o PT na Petrobras. Mas isso não faz dele um guerreiro do povo brasileiro e nem é atenuante para seus crimes; é agravante.

Em países civilizados, de maior tradição jurídica do que o Brasil, como a Itália, a Alemanha e a Inglaterra, a motivação política é um agravante dos crimes, aumenta a pena. Porque o produto do roubo servirá para fraudar processos legais, para atentar contra as instituições democráticas, para prejudicar adversários políticos, e terá consequências na vida de todos os cidadãos que tiveram seus direitos lesados em favor de um plano de poder de um partido.

O ladrão em causa própria dá prejuízos pontuais a pessoas físicas ou jurídicas. O que usa o dinheiro sujo para fraudar o processo eleitoral e manipular a vontade popular, para corromper parlamentares e juízes, para impor o seu projeto político, causa irreparáveis prejuízos a todos porque desmoraliza a democracia, institucionaliza a impunidade e interfere — sejam lá quais forem as suas intenções — de forma decisiva e abusiva nos direitos e na vida dos cidadãos que sustentam o Estado.

Uma das mais nefastas heranças do PT no poder foi a institucionalização — e absolvição — do roubo com motivações políticas, com mensaleiros e tesoureiros corruptos ovacionados como guerreiros e heróis pela militância cega, surda e bem empregada. Por essa ética peculiar, em nome da “causa popular” vale tudo, extorsão, suborno, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, agir como uma máfia para destruir os adversários e se eternizar no poder. Em nome do povo, é claro…


As maiores atrocidades sempre foram cometidas em nome do povo. A Revolução Francesa levou ao Terror em nome do povo. A Revolução Bolchevique liquidou milhões em nome do povo. A Revolução Cubana ceifou a vida de milhares de inocentes no paredão em nome do povo. Esses psicopatas agiam com a consciência limpa, pois tinham “superado” a ética burguesa, o moralismo de classe média, esse apego “ultrapassado” aos princípios. Esses assassinos estavam acima disso, pois lutavam “em nome do povo”.

Todos esses “intelectuais” e artistas que relativizam a roubalheira petista, que defendem o partido depois de tudo que já sabemos, que tentam justificar atos tão indecentes com base na narrativa de que a corrupção não foi para vantagens pessoais (falso na imensa maioria dos casos), mas sim pela “nobre causa”, todos eles são cúmplices de um projeto nefasto de poder, que corrói as bases da nossa democracia. O ladrão político é ainda pior do que o ladrão comum. Os fins “nobres” não justificam os meios nefastos. E, concordando com Nelson Motta, “lugar de ladrão é na cadeia”.





Por Rodrigo Constantino

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