terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Obrigação de estado - Indignação contra a corrupção


Há diversos textos circulando na Internet com o propósito de tentar denunciar os vícios de caráter da população, textos que serão colocados como citações paralelas nesta postagem, concluindo que os políticos corruptos do Brasil não são mais que legítimos representantes dessa população. Só que não.

A situação de corrupção da população é reflexo da corrupção presente nos níveis mais elevados da sociedade, nos detentores do Poder, nos detentores do capita. Essa conseqüência do esvaziamento moral das camadas mais influentes foi anunciada por Ruy Barbosa de Oliveira quando ele disse:

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.


É essa inversão de valores que nós vemos se instalar no Brasil principalmente depois da ascensão da Esquerda Política ao Poder, por volta do ano 1994, com a eleição de FHC do PSDB, partido que sempre foi tão de Esquerda quanto PT, PCO, PSTU, mas que está disputando o poder com esse bloco, mais visivelmente de Esquerda.

Dessa forma, nós podemos concluir que o mal que os políticos estão fazendo é algo que tem reflexo na própria vida das pessoas. É algo que tem reflexo na ética, na moral, nos costumes, na forma como as pessoas conduzem suas vidas. Ocorre que esses reflexos estão sendo usados, agora, como causa da situação política do Brasil. Isso não pode ser aceito como legítimo.

A corrupção começou de cima para baixo. Pessoas mal intencionadas sempre houveram em todos os níveis culturais, políticos e sociais. No entanto a reprovabilidade da conduta corrupta sempre foi grande. Ocorre que está sendo diminuída essa reprovabilidade. Pelo menos é o que revela pesquisa de opinião feita com 400 paulistanos em que mais pessoas disseram que aceitariam fazer parte do esquema do que aquelas que disseram que não aceitariam. Nós ainda podemos concluir que muitos daqueles que disseram que não aceitariam, disseram só da boca para fora.

O que está acontecendo é muito simples. Existe uma força corruptora no Brasil. Essa força pode ser um bloco de partidos, um partido corrompendo os outros, políticos isolados em diversos partidos, não sendo este blog de política, mas sobre educação, vamos apenas falar disso no contexto da educação e não fazer uma análise política profunda.

Ocorre que essa força corruptora está querendo que a população, as pessoas que poderiam realmente fazer algo para mudar a situação, se rebelar, fazer barulho, que todos eles não sejam apenas compassíveis com a corrupção, mas, de certa forma, sejam eles até cúmplices da corrupção.

Quem está errado, quem cometeu algum erro o que procura fazer é chantagem para aquele que viu o erro, não denuncie. Esses textos acusando a consciência coletiva tem justamente essa função. A função de dizer para quase a totalidade da população calar a boca enquanto os corruptos continuam corrompendo.

Assim sendo, temos parte da população como cúmplice da corrupção, mesmo que seja uma cumplicidade meramente interna, aquela de se acusar de estar indignado com o que aconteceu com o mensalão, com diversos outros esquemas de corrupção, talvez porque ele, o cidadão individualmente considerado, o mesmo que faz esse juízo de reprovabilidade, não tenha recebido nada do esquema de corrupção. Ou isso, ou a população como vítima e, ao mesmo tempo na coautoria dos crimes, porque vendeu seu voto, ou porque também é corrupta na sua vida particular, trai sua esposa, sai sem pagar a conta, saqueia carga de caminhão batido, dentre outras coisas.

Ocorre que a população possui uma obrigação de estado. A população enquanto população deve fiscalizar, se manifestar contra o que está errado nos maiores escalões e isso não por uma questão de ter moral de cobrar, mas por uma questão de ser cidadão.

O que esses textos procuram fazer é apenas retirar essa variável. Retirar essa obrigação de estado. Está errado.

A população possui uma obrigação enquanto população, obrigação de se indignar, falar contra o que está ocorrendo de errado, fazer refletir no seu voto e nas suas ações essa indignação.

Não que possa cometer erros, fraudes e crimes à vontade, pelo contrário, deve-se ser, cada um, a mudança que gostaria de ver no mundo, mas deslizes, erros e falhas às quais todos estão sujeitos e DEVEM TENTAR EVITAR O QUANTO MAIS, não pode ser uma justificativa para aqueles que estão administrando o patrimônio público o faça de maneira fraudulenta, para aquele que administra a justiça o faça de maneira injusta, para aquele que legisla, o faça em interesse próprio.

Que cada um pague pelos seus crimes e não existe a compensação de um crime pelo outro. Se eu te agrido injustamente de mãos livres e você tenta me matar com uma arma de fogo depois de algumas horas, uma coisa não compensa a outra. Você vai responder por tentativa de homicídio e eu vou responder pela agressão que eu cometi e se eu cometi algum crime, me processe, mas eu vou me indignar contra os crimes que você cometer.

A autocrítica

O Brasileiro é assim:
A- Coloca nome em trabalho que não fez.
B- Coloca nome de colega que faltou em lista de presença.
C- Paga para alguém fazer seus trabalhos.
1. - Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.
2. - Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.
3. - Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.
4. - Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, e até dentadura.
5. - Fala no celular enquanto dirige.
6. - Usa o telefone da empresa onde trabalha para ligar para o celular dos amigos (me dá um toque que eu retorno...) - assim o amigo não gasta nada.
7. - Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.
8. - Para em filas duplas, triplas, em frente às escolas.
9. - Viola a lei do silêncio.
10. - Dirige após consumir bebida alcoólica.
11. - Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.
12. - Espalha churrasqueira, mesas, nas calçadas.
13. - Pega atestado médico sem estar doente, só para faltar ao trabalho.
14. - Faz "gato " de luz, de água e de tv a cabo.
15. - Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.
16. - Compra recibo para abater na declaração de renda para pagar menos imposto.
17. - Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.
18. - Quando viaja a serviço pela empresa, se o almoço custou 10, pede nota fiscal de 20.
19. - Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.
20. - Estaciona em vagas exclusivas para deficientes e idosos;
21.. - Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.
22. - Compra produtos pirata com a plena consciência de que são pirata.
23. - Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.
24. - Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.
25. - Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.
26. - Frequenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.
27. - Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos, como clipes, envelopes, canetas, lápis... como se isso não fosse roubo.
28. - Comercializa os vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.
29. - Falsifica tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.
30. - Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.
31. - Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.
E quer que os políticos sejam honestos....
Escandaliza-se com o mensalão, o dinheiro na cueca, a farra das passagens aéreas...
Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo, ou não?
Brasileiro reclama de quê, afinal?







Fonte: PD

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