segunda-feira, 28 de julho de 2014

Dilma, rainha de um reino inexistente



Preocupam-se os caciques do PT diante do aumento do índice de rejeição da presidente Dilma, estimado em 47% na última pesquisa do Ibope. O número supera as preferências, estagnadas em 38%. As esperanças do partido são de que a popularidade voltará a superar a rejeição a partir do início da propaganda eleitoral gratuita em agosto. Será?

Todo presidente da República desgasta-se ao exercer o poder. Fernando Collor, Fernando Henrique, o próprio Lula e Dilma são exemplos recentes. Como exceção, destaca-se Itamar Franco, que aterrissou de surpresa no palácio do Planalto, com as mãos abanando, sem nada que alimentasse as expectativas nacionais. Saiu elegendo o sucessor, sob os aplausos gerais, Não apenas por conta do Plano Real e por haver adotado postura inflexível diante da corrupção, mas pela forma de como enquadrava seus ministros e os partidos da base oficial, não empurrando para debaixo do tapete os problemas que se sucediam no país. Em especial, também, por não julgar-se acima da sociedade que, por um golpe do destino, levou-o a conduzi-la.

Dilma assumiu bafejada pelas realizações sociais do Lula e pela postura de gerentona que além de continuar desenvolvendo a melhoria de vida das classes menos favorecidas, passaria o rodo nas mazelas deixadas pelo antecessor. Até que começou bem, não poupando os caciques dos partidos incrustados na aliança costurada pelo primeiro-companheiro para garantir maioria parlamentar. No primeiro momento viram-se catapultados líderes do PR, do PDT e do PTB, bem como ministros, empresários e líderes sindicais flagrados em malfeitos.

A presidente, porém, perdeu-se nos meandros do próprio ego e nos compromissos herdados do Lula. Nunca havia disputado uma eleição, nenhuma aproximação tinha e continuou sem ter com o Congresso e com o povão. Desdenhou da imprensa, dos governadores e de seu próprio partido. Espalhou o terror junto a seus auxiliares pela forma de como os tratava.

Isolou-se. Comportou-se como rainha de um reino inexistente. Tudo chegou à opinião pública. Vieram as primeiras vaias, ela não entendeu. Imaginou que distribuir benesses e implementar ainda mais o assistencialismo bastariam para reforçar o pedestal onde se refugiou. Ignorou a lição de que o monarca precisa freqüentar os súditos. O resultado aí está.














Fonte: Tribuna da Imprensa

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