terça-feira, 26 de agosto de 2014

Juro para pessoa física atinge recorde de 43,2% em julho

Segundo dados do BC, a diferença entre o valor emprestado e o custo do dinheiro para o banco ('spread') também subiu para 21,4 pontos porcentuais


Em sua nota de Crédito e Política Monetária, o Banco Central (BC) informa que a taxa média de juros do crédito para pessoas físicas atingiu em julho 43,2% ao ano, contra 43% em junho. É o maior número desde o início da série histórica, em março de 2011. Com juros altos, as pessoas ficam cada vez mais endividadas e sobram menos recursos para o consumo e a poupança.
Os números se referem ao segmento livre, crédito que pode ser emprestado para qualquer destino - diferente do direcionado, que tem um fim específico, como, por exemplo, financiamento de imóveis ou agronegócio.
Segundo o BC, para pessoa jurídica, ainda em recursos livres, a taxa subiu de 22,6% para 23,1% entre junho e julho. Ainda neste segmento (livre), levando em consideração pessoas e empresas, a média subiu de 32% para 32,3%.
Levando ainda em consideração o segmento livre, o spread bancário (diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetivamente cobrada ao consumidor final) foi de 21,4 pontos porcentuais em julho, acima dos 20,9 p.p. vistos em junho. Ele leva em consideração pessoas físicas e jurídicas.
Ainda segundo o relatório divulgado nesta terça, a inadimplência passou de 4,8% para 4,9% entre junho e julho. Ela representa os calotes superiores a noventa dias no mercado de crédito brasileiro, também no segmento de recursos livres.
Crédito - O BC informou ainda que o estoque total de crédito no Brasil subiu 0,2% em julho ante junho, chegando a 2,84 trilhões de reais, ou 56,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Em doze meses até julho, o estoque brasileiro cresceu 11,4%. O saldo dos empréstimos a pessoas físicas totalizou 1,33 trilhão de reais, avanço de 0,5% ante junho e de 13,5% em relação a julho de 2013. No caso do crédito destinado a pessoas jurídicas, o estoque fechou o mês passado em 1,5 trilhão, após aumentos de 0,1% e 9,6%, na mesma base de comparação. 
Na semana passada, o BC anunciou uma segunda rodada de mudanças na regra do compulsório - contribuição obrigatória que os bancos fazem junto ao BC - e de estímulo ao crédito. Com isso, a instituição acredita que serão liberados mais 25 bilhões de reais na economia. No mês passado,  BC já havia anunciado medidas que podem injetar até 45 bilhões de reais no mercado.


Fonte: Veja

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